sexta-feira, 1 de abril de 2011

Um desespero chamado solidão!

Esta semana, melhor dizendo final da semana passada e início desta, algo mexeu demais comigo. Achei que eu poderia ter feito algo, mas infelizmente não foi possível. Cibele Dorsa era uma mulher linda, no auge dos 36 anos de idade, escritora e assim como eu, até nisso combinávamos, (eu estou na casa dos trinta, sou escritora e assim como ela) perdi meu noivo. Não, o Fábio não pulou da janela do 7º andar, ele estava voltando de uma viagem de negócios quando o avião em que ele se encontrava derrapou na pista e aí, todos já conhecem a história...

Tenho certeza que a morte dela tão precoce mexeu comigo pelo fato de termos tantas coincidências. Assim como ela, minha vida também parou, lembro de ir trabalhar e não lembrar de abrir o guarda-chuva e chegar toda respingada várias vezes, eu pensava “para que cuidar e não pegar uma pneumonia? Se acontecer algo é bom, assim não sofro tanto”. É fazemos coisas estúpidas!!!

A comida não tinha sabor, eu comia por que era obrigada, vontade eu não tinha nenhuma. Todos sabem que amo a Cyndi Lauper, demorei mais de 3 meses para voltar a escutar música, principalmente da Cyndi, a única coisa que me distraía um pouco era a tv, daí o meu “vício” por filmes, eu sempre gostei de filme, mas depois deste episódio em minha vida foi que me dediquei a arte de deitar no sofá e assistir três, quatro ou cinco filmes seguidos aos finais de semana... Minha coleção já tem bem mais de 120 dvd’s rs... Lembro que estava de esmalte vermelho e assistindo Rocky 5 quando vi a imagem na tv do avião em chamas e exatamente 1 mês depois o esmalte continuava em minhas unhas, todo descascado e cheio de cutículas, a Paola quem disse para eu arrumar, estava muito feio rs...

Tudo que a Cibele sentia, eu ainda sinto, mas entreguei nas mãos de Deus. Nós somos mortais, seres humanos fracos e frágeis, não agüentamos quando a dor é muito forte, e além da nossa capacidade de compreensão. A vontade que eu tinha era de me esconder de tudo e todos e não suportava se na rua alguém esbarrasse em mim, era como uma agressão, me irritava muito mesmo... Hoje ainda não saio, até o jogo The Sims que sou doida perdeu um pouco da magia, cinema praticamente nunca mais, só quando algum amigo me arrasta, ou, é um filme que realmente quero ver. Pois bem, depois de saber o ocorrido da última madrugada do dia 26/03, olhei no twitter dela e senti muita pena, puxa se eu a seguisse saberia a dor que ela estava sentindo e poderia ter acalentado seu coração com uma frase alegre, uma palavra amiga.. Poderia ter compartilhado minha história e quem sabe mostrado para ela que ainda há esperança, que somos guerreiras. Mostrar que apesar da infelicidade e da dor da perda estamos vivas e isto é maravilhoso.

Sabe, me senti completamente impotente por não ter feito nada para ajuda-la, devia ter aproveitado o twitter, uma ferramenta maravilhosa que nos deixa tão “perto” das pessoas que amamos, que seguimos, que vemos pela tv, que gostamos de saber... Sinceramente? Fiquei muito triste... Pensei logo nas crianças, um menino de 12 anos e uma garotinha linda de 8 anos... Muito triste toda esta situação, não estou aqui para julgar a atitude dela, só gostaria de mostrar para as pessoas que passam por aqui que mesmo nas situações mais difíceis precisamos manter os pés no chão...

Imaginem, se eu tivesse feito algo parecido com o que a Cibele fez quando meu noivo morreu, eu não teria a oportunidade de ver meu livro publicado e não teria escrito o outro que está por aí nas editoras tentando uma publicação! Quando eu me sentia muito triste e chorando demais eu orava. Vale muito, eu me sentia bem, chorava o que precisava para aliviar o coração e me sentia renovada... Quando a tristeza for muito grande e o problema parecer não ter solução, não se desespere, entregue sempre nas mãos de Deus!

Cibele Dorsa






PS: Se alguém quiser desabafar, deixe aqui um comentário, eu prometo que respondo e ajudo no que for possível, para Deus não é impossível!!!

Lindo fim de semana para todos...