segunda-feira, 14 de outubro de 2013

O que eu vi da vida...

O que eu vi da vida?
 
Sou relativamente nova para responder este tipo de pergunta... Desafiaram-me a escrever algumas poucas linhas sobre o que eu vi da vida e de repente me deparei com uma coisa nova para mim: o que eu vi da vida???
 
Dependendo da história de cada pessoa, esta pergunta ganha uma conotação diferente. É muito subjetivo.
 
Eu vi um lado triste, sombrio, saudoso. Senti a dor da perda, a falta de interesse nos amigos, nos livros, nas músicas. Senti na pele os maus tratos de pessoas sem um mínimo de amor ao próximo, compaixão e respeito. Passei por falsa, mentirosa, arrogante, chata e outros derivados que não merecem ser mencionados.
 
Pastei durante meses, dia após dia sendo pisada por pessoas que eu achava, fossem meus amigos, mas nem sempre vi a vida assim...
 
Um dia a primavera voltou a florescer. Os ramos de amizades sinceras ficaram carregados de novas histórias, novas oportunidades. O vento deixou de bater gelado para soprar suave e doce. A melodia da vida voltou a reinar no mesmo coração que outrora estava enrijecido. O luar voltou a ser mágico e fascinante.
 
O que será que aconteceu?

Apenas uma coisa muito simples: voltei a viver.
 
Aonde eu via apenas dor e sofrimento, hoje vejo e vivo amor e calor humano.
Muitas são as dores pelas quais passamos, porém a mais crucial de todas é o luto. Todos precisam viver o seu luto, o seu tempo para florescer novamente. Precisam brotar para voltar a alegrar o seu caminho.
 
O que eu vi da vida?
 
Não muita coisa, mas o suficiente para entender que ela é um eterno ciclo que gira de igual para igual independente da posição em que se encontra. Que nossos caminhos podem entortar, mas sempre ali na frente voltará a trilhar lado a lado.
 
Não depende do que vimos da vida até agora e sim o que faremos daqui para frente, ser infeliz ou feliz é uma opção, cabe a você decidir o que mais te apetece!
 
E você? O que viu da vida?
 

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Show do Bruce Springsteen em Sampa, eu fui \o/


Durante as 3 horas e 16 minutos de duração de seu show em São Paulo na noite desta quarta-feira (18), Bruce Springsteen tocou Raul Seixas, “surfou” sobre o público (e neste momento ele tinha uma marca de batom na bochecha direita), chamou um jovem casal ao palco para que o rapaz pudesse pedir a namorada em casamento (ela respondeu “sim”), tomou um copo de cerveja durante um de seus passeios pela plateia (bebeu tudo de um único gole), acariciou a barriga de uma fã grávida e brincou que queria namorar uma senhora à frente do palco.
 
São passagens suficientemente inusitadas para tornar histórica a apresentação no Espaço das Américas, a primeira no país desde 1988. Mas houve tempo para que ele mostrasse, em 29 canções, por que sua turnê com a E Street Band foi recentemente apontada como a melhor da atualidade pela edição americana da revista "Rolling Stone". E, sobretudo, por que sua reputação sobrevive a despeito dos eventuais clichês que oferece – ainda que tudo pareça espontâneo. Neste sábado (21), Bruce Springsteen é a atração principal do Palco Mundo, no Rock Rio.
 
Em São Paulo, ele entra no palco às 21h14 – está rodeado por outros 17 músicos. A casa, visivelmente, não está com sua capacidade de 8 mil pagantes esgotada, é fácil circular pelo setor próximo ao palco. Bruce diz "Hello, São Paulo" e, em português, "estou muito feliz por estar aqui". Os acordes iniciais provocam estranheza, dado que não se assemelham a nada que esteja no repertório habitual do astro. O número de abertura é um cover: "Sociedade alternativa", de Raul Seixas, cantada no idioma nativo e em versão pesada, com metais em destaque. O público corresponde, acompanha com empenho. A disposição se mantém na próxima, um hit relativo, “We take care of our own”. Em “Badlands”, ela beija uma idosa da primeira fila. Em “Death to my hometown”, mostra que sua voz, ao vivo, é mesmo daquele jeito. Quanto termina esta, a 4ª da noite, ele acha certo arremessar a guitarra em direção ao fundo do palco – aparentemente, alguém conseguiu pegar o instrumento no ar.
 
Na sequência, breve discurso: “Viajei milhares de quilômetros para estar aqui hoje. Vocês estão sentindo o astral?”. E, aí, ele começa a gritar, em variados graus de intensidade, fazendo lembrar inclusive Brian Johnson, do AC/DC : “Can you feel the spirit?!”. É aqui que vem a primeira manifestação de coragem – ou descontrole: Bruce interage com a gestante, desce do palco, caminha pela lateral da casa e, correndo, chega ao “corredor” que secciona em dois o Espaço das Américas: área VIP e área comum. Fica ali um instante, canta, se deixa abraçar (os mais ousados se atrevem em apalpadas) e, em dado momento, olha para o palco e indica que quer voltar para lá. Não pelo caminho que tinha usado, mas, sim, pelo meio da plateia, “surfando”. O desejo é atendido, e lá vai ele, com o rosto marcado por um beijo.
 
Neste momento, Bruce está bastante suado. De tempos em tempos, encharca uma esponja posicionada ao lado da bateria e a espreme na nuca ou sobre a cabeça. Também bebe alguma coisa não identificável. Na segunda “visita” aos fãs, sobe no balcão do bar e ganha um copo de cerveja de alguém. Toma cerca de dois terços do conteúdo de uma vez e só lança o plástico para o alto. Quem está perto vibra. Mesmo porque a música que ele estava cantando àquela altura era o hit “Hungry heart”. Tinha sido um pedido do público, procedimento habitual durante shows de Bruce e repetido aqui. A empolgação é tanta, que o povo aplaude até o solo de gaita em “Darkness on the edge of town”. “No surrender” e “Bobby Jean” são outras que ele pinça de cartazes erguidos por admiradores.
 
A passagem mais incomum vem na 14ª da noite: “She’s the one”. Um jovem mostra um aviso, onde se lê, em inglês: “Deixe-me pedi-la em casamento”. Bruce deixa, e parece realmente impressionado ao notar a resposta afirmativa da moça. Outros convidados virão: uma criança que, tímida, canta o refrão final de “Waiting on a sunny day” – no final da participação, Bruce, com um braço só, ergue-a nos ombros –; e um grupo de seis garotas e um garoto em “Dancing in the dark”, a 25ª. São instantes de dispersão que pouco contribuem, mas os fãs adoram. Ninguém questiona ou acha ruim, nem as exageradas intervenções do empenhado saxofonista, que se contribui para algo, é para lançar o repertório em algum ponto questionável dos anos 1980. Nada que comprometa, e Bruce aprova a "contribuição". Trata-se de um desconforto mínimo e tolerável – a exemplo do cover de "Because the night", de Patti Smith –, se levado em consideração o conjunto da obra. Um nada se comparado à sequência “Born in the USA” e “Born to run”.
 
A quarta-feira acaba de virar quinta quando Bruce, efetivamente molhado, tira a camisa e fica apenas com a camiseta que vestia por baixo. Está em forma, mas aparenta cansaço. Mesmo assim, dá um jeito de subir no piano. Tudo parece que vai acabar, mas não. Prestes a completar 64 anos – o aniversário é em 23 de setembro –, ele pega a guitarra de novo e regressa com a dançante “Shout”. Na área VIP, forma-se uma roda, com um cadeirante ao centro se movimentando de olhos fechados. No meio da execução, Bruce se ajoelha no palco, brinca com o próprio esgotamento. E volta à carga para as derradeiras.
 
O show termina à meia-noite e meia. Antes da última, o solo acústico “This hard land”, Bruce ouve coros de "Olê, olê, olê... Bruce, Bruce!" (a pronúncia é algo como "Brucê, Brucê"). Gasta, então, 4 minutos para se desculpar pela ausência de 25 anos, agradecer pela recepção positiva, prometer que regressará em breve e assumir o lugar-comum: “Vocês são o melhor público do mundo”. Podia ser um exagero, mas não estaria mal se qualquer pessoa da audiência devolvesse o elogio.



 
 
 

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Deus, obrigada pelo livramento...

Somos muito frágeis, é até engraçado como as coisas acontecem em questão de segundos, você pode acordar como de costume, se arrumar e ir trabalhar e talvez não chegue a seu destino...

Esta manhã foi uma manhã como outra qualquer, me arrumei como sempre e sai de casa um pouco mais tarde que o habitual. Infelizmente peguei o ônibus com um motorista que não gosto, ele corre demais, freia em cima, vira nas curvas muito rápido e as pessoas que estão em pé por vezes não conseguem segurar-se muito bem.

Eu estava sentada como de costume lendo meu livro, fico bem atenta a todos os movimentos mais abruptos do ônibus e quando ele tentou frear não conseguiu, foi uma pancada enorme, a porta do carro entrou quase toda para dentro do lado do passageiro e foi bem do lado que eu estava, vi o estado do carro. A moça que estava ao meu lado com o impacto foi para frente e bateu a cabeça no vidro, muitas pessoas escorregaram, derrubaram coisas, se espremeram nos ferros já que o ônibus estava meio cheio ainda. Foi uma sensação muito ruim...

Agradeço a Deus pelo livramento, todos desceram tranquilos, conversando e não vi ninguém machucado, desta vez foi mais o susto e se não houvesse uma segunda vez? E se a pancada tivesse sido mais forte e nesta hora eu não estivesse mais viva? Às vezes as coisas acontecem para pararmos e refletirmos mais nas coisas que andamos fazendo...

“Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco”. 1 Tessalonicenses 5:18

 
 

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Fotografias Post Mortem, prática comum na Era Vitoriana

[ATENÇÃO] Esse álbum não é aconselhável para aqueles que são sensíveis a tal assunto. Na dúvida, leia o texto abaixo e julgue se está apto a visualizar o álbum.

Quando pensamos nas fotografias conhecidas como "Post Mortem" não devemos ser assolados por um sentimento de assombramento ou desconforto. Tais sentimentos, todavia, podem ser naturais, uma vez que a prática de se registrar um ente querido após a sua morte não seja mais utilizada na sociedade atual.

Porém, houve um tempo em que a prática era comum. Na Era Vitoriana¹, as fotografias post mortem ficaram muito famosas após a própria realeza inglesa se utilizar dela para o registro de entes queridos que haviam morrido.

Vale lembrar que o registro fotográfico data da primeira metade do século XIX, em 1826, quando foi tirada a primeira fotografia. Ao longo dos anos de 1800, esse serviço foi muito caro e, portanto, considerado luxo. Contudo, em 1839 surgiu uma técnica fotográfica conhecida como daguerreotipo².

Numa época em que os trabalhos de um estúdio fotográfico eram caros e o processo de fotografar era lento, já que as câmeras demoravam muito tempo para capturar a imagem, o daguerreotipo socializou em partes a produção de registros fotográficos, uma vez que era uma técnica mais barata e mais rápida.

Entretanto, ainda sim era cara o suficiente para impedir que as pessoas pudessem tirar várias fotografias de si e da família ao longo dos anos, restando apenas a estratégia de guardar dinheiro para que, pelo menos, fosse possível pagar por uma foto de seu ente querido após a morte.

Apesar de tudo isso, as fotografias post mortem surgiram, primeiramente, para que os pais pudessem guardar imagens de seus filhos, quando estes morriam. Exatamente como fora dito anteriormente, o processo de captura da imagem era por deveras lento e fotografar uma criança, que muitas vezes ficava impaciente, era um trabalho em dobro; juntando-se a isso tinha a questão do preço do serviço prestado pelo estúdio fotográfico.

Tudo isso fez com que as fotos tiradas em vida das crianças da família fossem um serviço de luxo apenas ao alcance dos mais afortunados. A solução para o problema, juntamente com o fato de na época a mortalidade infantil ser alta, foi fotografar as crianças que haviam morrido, surgindo as post mortem. Dessa forma, os familiares ainda poderiam ter o registro da criança.

Exatamente pelos motivos apresentados para a prática que as fotografias post mortem não devem ser vistas com assombramento ou espanto, pois elas, além de serem arte, eram, talvez, o único registro de um ente querido. Elas carregam, portanto, mais do que arte, mas sentimentos. O serviço para se registrar uma post mortem variava. Para que se assemelhassem às fotos que eram tiradas quando as pessoas ainda estavam vivas, por exemplo, o fotógrafo realizava um verdadeiro trabalho de arte. Havia toda uma produção para que a pessoa que se queria registrar saísse o mais natural e semelhante em vida possível.

Assim, recursos de iluminação, maquiagens (pintura dos olhos), produção de cenário e vestimentas eram pensados e planejados de forma profissional e com exímio nos mínimos detalhes, de forma a garantir um cenário natural. Algumas vezes eram necessários recursos extras de produção, como estruturas em madeiras ou ferro para sustentarem os corpos das pessoas mortas, dando-lhes a naturalidade que possuíam em vida. Por outro lado, existiam aqueles que não se importavam que seus parentes mortos fossem fotografados dentro de caixões, sem grandes produções artísticas, ainda que houvesse a preocupação em se produzir um cenário para a foto.

Por todos esses fatores, as fotografias post mortem podem ser consideradas registros de arte e uma homenagem àqueles que se foram. Com o tempo, as fotos começaram a ficar mais acessíveis às pessoas com a evolução das técnicas fotográficas e as post mortem foram abandonadas aos poucos, restando apenas aquelas tiradas de crianças muito pequenas para a lembrança da família.

Por fim, esse tipo de fotografia ficou marcado como uma das características e curiosidades da Era Vitoriana. Entretanto, as post mortem ganharam popularidade apenas após sua menção na cultura popular atual, por exemplo no filme norte-americano “Os Outros”. A partir daí, passaram a ser conhecidas pelo grande público, todavia muita gente ainda encará-las como imagens sinistras, de mau gosto e como um tabu na sociedade atual. Ainda assim, muitos fotógrafos contemporâneos fazem desse tipo de fotografia como arte. Alguns exemplos que podem ser citados são Andres Serranos e Joel-Peter Witkin. O primeiro registra corpos de pessoas que faleceram de forma violenta, já o segundo mutila corpos de indigentes e os coloca nas posições desejadas para a produção de uma fotografia artística.

Tabu ou não, o fato é que as fotografias post mortem eram vista com naturalidade no século XIX e eram um pedaço e a representação da cultura e organização social da época.

¹ A Era Vitoriana compreendeu o reinado da Rainha Vitória, que vai de 20 de junho de 1837 e finda em 22 de janeiro de 1901 com a morte da rainha Vitória.

² A técnica daguerreotipo foi o primeiro processo fotográfico de sucesso em sentido comercial. Foi inventado por Louis-Jacques-Mandé Daguerre e condiz com um processo fotográfico sem a produção de uma imagem negativa, mas apenas um positivo em baixo relevo em tons de cinza.

Texto de Talita Lopes Cavalcante
Administração Imagens Históricas













 

quinta-feira, 28 de março de 2013

Agatha Christie

Sou fã dos livros da Agatha Christie, e encontrei essa lista com "Os 10 maiores mistérios de Agatha Christie".
Sempre adorei todos seus livros, mas o meu preferido é "Noite das Bruxas" não por ser o melhor (acho todos excelentes), mas por ter sido o primeiro dela que eu li e que me fez ler todos os outros.

... E vocês , concordam com essa lista, ou acham que faltou algum livro?? E qual o seu livro preferido da Agatha Christie??

Segue a lista dos 10 maiores mistérios escritos por Agatha Christie:

1 - O assassinato de Roger Ackroyd:
Hercule Poirot retirou-se para a aldeia de King's Abbot para cultivar abóboras. Mas quando rico Roger Ackroyd é encontrado esfaqueado, ele concorda em investigar. Um misterioso assassinato em uma típica aldeia, ou assim parece até que o último capítulo com a sua revelação impressionante. Um marco imperdível, e ainda controverso, da ficção policial;

2 - A casa do penhasco:
O proprietário empobrecido de End House organiza uma festa em que fogos de artifício camuflam o tiro que mata seu primo. Qual dos outros convidados é um assassino? Perfeitamente veloz, e engenhoso, com uma solução totalmente inesperada, mas lógica. É como uma história de detetive clássica deve ser escrita.

3 - Assassinato no Expresso Oriente:
O Expresso Oriente pára durante a noite, bloqueado por montes de neve. Na manhã seguinte, o misterioso Mr. Ratchett é encontrado esfaqueado em seu compartimento e mostra a neve não pisada que o assassino ainda está a bordo. Esta época glamourosa de viagens de trem proporciona Poirot com um elenco internacional de suspeitos e um dos seus maiores desafios. Predicado em um chamariz inspirado, essa é uma das terminações grande surpresa no gênero;

4 - Os crimes ABC:
Apesar de avisos antecipados, Poirot é incapaz de evitar o assassinato de Alice Ascher, Barnard Betty e Clarke Carmichael. Ele pode parar o assassino antes que ele chegue ABC D? Um dos primeiros exemplos de "serial killer" esta novela de Christie é um clássico é baseado em uma premissa maravilhosamente simples. Mas os leitores quantos são tão inteligentes quanto Poirot?


5 - O caso dos dez negrinhos:
Dez pessoas são convidadas para uma ilha no fim de semana. Embora todos eles abriguem um segredo, eles permanecem desavisados até que começam a morrer, um por um, até que ... não há nenhum. Pânico é quando o grupo percebe que uma diminuição do seu número próprio é o assassino. Uma combinação perfeita de suspense e romance policial, este enredo muito copiado é a maior conquista técnica de Christie;

6 - Os cinco porquinhos: Dezesseis anos atrás, Caroline Crale morreu na prisão enquanto cumpria uma sentença de prisão perpétua. A filha pede Poirot para investigar um possível erro da justiça e se aproxima dos outros cinco suspeitos. Este romance sublime é uma história de detetive sutil e engenhoso, uma história de amor elegíaco e um exemplo de mestre de técnica narrativa, com cinco contas separadas de um acontecimento devastador;

7 - A casa torta:
A família Leonides vive junta em uma casa nem tão pouco torta. Mas qual deles teria envenenado o patriarca, Aristides? Assassinato em família sempre foi um terreno fértil para a Christie, e este era um de seus favoritos;

8 - Convite para um homicídio: No vilarejo de Chipping Cleghorn, um assassinato é anunciado em pequenos anúncios de jornal local. Este era o título 50 da Christie e continua a ser o melhor momento de Miss Marple. Notável também para a sua localização no pós-guerra, a Grã-Bretanha (um fator vital para a trama), este é sem dúvida a última das engenhosas e perfeitamente compassada trama;

9 - Noite sem fim:
Michael Rogers conta a história de seu encontro e casamento com Ellie, uma herdeira fantasticamente rica. Como se instalam em sua casa de sonho no país, torna-se claro que nem todo mundo é feliz para eles. Um caso muito atípico de Christie, este conto de suspense ameaçador em um clímax horrível e mostra que mesmo após 45 anos ela não havia perdido o poder de confundir seus leitores;

10 - Cai o pano:
Um velho e frágil Poirot retorna à cena de seu primeiro caso, os estilos de casa de campo, uma casa de hóspedes agora. Ele convoca seu amigo Hastings para ajudar a identificar o assassino ele acredita que seja um hóspede. Este romance foi escrito e armazenado em um cofre a ser publicado após a morte da própria Christie. Na verdade, foi publicado em Outubro de 1975 (Christie morreu em janeiro de 1976) e Poirot recebeu um obituário de primeira página no New York Times.
 
Fonte: John Curran/Guardian
 
 

quinta-feira, 21 de março de 2013

Joseph Merrick, o Homem-Elefante

Em 1862 nasceu na Inglaterra, o garoto que, mais tarde, seria chamado de Homem Elefante. Joseph Merrick - apesar da lenda que sua mãe foi pisoteada por um elefante enquanto o carregava em seu ventre - nasceu sem nenhuma anormalidade aparente.

Seu corpo começou a se transformar quando ele tinh...a por volta de 5 anos de idade, mas as mudanças eram sutis e ele vivia uma vida normal. Foi por volta dos 12 anos que a tragédia aconteceu: sua mãe faleceu.

Não se sabe a relação, mas só após a morte dela que as deformações no corpo começaram a se acelerar. O pai de Merrick se casou novamente e a madrasta maltratava o garoto, que fugiu de casa e passou a se apresentar em circos de horrores.

Foi lá que Merrick chamou a atenção de Frederick Treves, um médico que, interessado em seu caso, ofereceu a Joseph uma moradia, uma amizade e o respeito digno a qualquer ser humano

Foi durante a época em que morou com Treves que Merrick passou os dias mais felizes depois da morte de sua mãe. Tratado como um ser humano, ele passou a encantar a sociedade londrina com sua boa educação e seu bom caráter.

Em suas anotações, Treves, que receberia a Ordem dos Cavaleiros do Império Britânico, escreveu: "Uma coisa sempre me entristeceu em Merrick era o fato de que ele não era capaz de sorrir. Fosse qual fosse sua alegria, seu rosto permanecia impassível. Ele era capaz de chorar, mas não era capaz de sorrir."

Treves comentou, tempos depois, que Joseph, apesar de bem tratado, sempre desejou ir para um hospital de cegos, onde poderia encontrar uma mulher a quem a sua aparência não repugnasse.

Joseph Merrick tornou-se uma espécie de celebridade na alta sociedade vitoriana. Alexandra da Dinamarca – mais tarde Princesa de Gales – interessou-se por Joseph, levando outros membros da classe alta a compartilhar desse interesse. Joseph acabou por se tornar amigo da rainha Vitória.

A sensibilidade de Merrick era notável, assim como seus dotes artísticos. Apenas uma de suas mãos era hábil, mas foi com ela que ele construiu uma maquete da igreja que via do hospital em que morava. Hoje a igreja permanece em exibição no mesmo hospital que abriga seu esqueleto.

Por causa de seu corpo, as tarefas mais simples eram quase impossíveis. Quando saía, ele tinha que sair encapuzado para não causar espanto nas pessoas. Para dormir, ele não podia se deitar pois o peso de seu crânio fecharia sua traqueia. Merrick dormia sentado ou agachado, com as mãos agarrando as pernas e a cabeça apoiada sobre os joelhos.

Foi justamente durante o sono, aos 27 anos de idade, que Merrick faleceu. Sir Treves atesta que nos últimos anos de sua vida, a doença se acelerou e, na manhã de 11 de abril de 1890, Merrick foi encontrado morto. Aparentemente, durante o sono, a cabeça dele tombou para trás e seu peso provocou uma fratura em seu pescoço.

A história de Merrick foi adaptada para o cinema pelo cineasta David Lynch em um filme lançado em 1980. No teatro, já foram várias as adaptações.

Havia um poema, escrito pelo inglês Isaac Watts, que Merrick gostava de colocar no fim de todas as cartas que escrevia:

"De fato, a minha aparência é algo medonha,
mas censurar-me é censurar a Deus.
Pudesse eu recriar-me outra vez,
não decepcionaria você.
Pudesse eu abarcar o mundo de polo a polo
ou agarrar o oceano num abraço,
aí, eu seria medido pela minha alma,
a base da mente do homem"

O esqueleto de Joseph Merrick foi preservado e exposto no Hospital Real de Londres.

Sugestão de Henrique Mota
Texto de Diego Vieira
Administração Imagens Históricas

Suíços criam canudo que filtra água contaminada

Uma empresa suíça criou um canudo que elimina elementos nocivos à saúde encontrados na água contaminada, como bactérias e vírus. Cada canudo possui um potente sistema de filtragem, que pode ser usado para limpar até 700 litros de água – quantidade média consumida anualmente por cada pessoa.

Batizado de LifeStraw (em português, “Canudo da Vida”), o tubo de plástico é bem mais grosso que um canudinho convencional e elimina praticamente todos os elementos nocivos que contaminam a água, responsáveis por causar doenças como cólera, diarreia e febre tifoide. Além disso, o “Canudo da Vida” destrói 99% dos vírus que circulam no sistema de filtragem, elaborado a partir de fibra halógena.

 Ao longo de uma série de testes, a Universidade da Carolina do Norte comprovou que o canudo consegue filtrar totalmente as amostras de água contaminada com as bactérias Escherichia coli B e Enterococcus faecalis, além do vírus MS2 colifago, iodo e prata. Assim, as cobaias ingeriram água potável por meio do canudo de filtragem instantânea.

No entanto, o LifeStraw não consegue eliminar metais pesados da água, como ferro e flúor, e também não está apto a remover parasitas, como a giárdia e o criptosporídio. Cada canudo, que tem menos de 25 centímetros de comprimento, pode filtrar até 700 litros de água – estimativa média do consumo anual de água por pessoa.

Agora, o objetivo dos criadores é levar o produto a ONGs e grupos de ajuda humanitária, mas, de acordo com o CEO da empresa, Mikkel Frandsen, nem todos demonstram interesse por soluções que melhorem o acesso e a qualidade da água nas regiões carentes. “Ninguém está estrelando uma campanha de erradicação da diarreia”, declarou o CEO para a Scientific American.

A empresa de relações públicas Saatchi & Saatchi indicou o Canudo da Vida como a principal ideia que mudará o mundo nos próximos anos, em uma competição recente entre inovações tecnológicas com impacto na ajuda humanitária, na educação e na medicina. O grupo Vestergaard Frandsen, que desenvolveu o sistema, recebeu uma quantia de 100 mil dólares para ser investida no produto.

Fonte: Ciclovivo

 

quarta-feira, 20 de março de 2013

O Defunto - Thomaz Lopes

Quando ele despertou, deitado ao comprido num estreito caixão negro e dourado, tinha as mãos postas numa derradeira prece. Lançou vagamente os olhos em torno, e em torno tudo era silêncio e treva. Procurou levar as mãos aos olhos, mas sentiu as mãos presas, sem movimento; e parece-lhe então que estava morto.
 
Como é pesado o ar que respira! Como é profunda a escuridão que o encerra! E onde está? No seu quarto? No seu leito? Que estranha cama, estreita e dura! E por que dorme calçado? E que vestes tão solenes! Terá vindo ébrio de alguma festa? E as mãos amarradas! E que falta de ar! Ah! que dolorosa e lenta agonia.
 
De novo distendeu os braços; mas a fita que os unia partiu-se, e as mãos geladas bateram de encontro às tábuas. Passou os frios dedos pelo rosto e retirou-os espantado, sentindo a face morta como a de um cadáver. Veio-lhe à memória uma vaga lembrança de moléstia e de perda de sentidos.
 
E sentiu sobre si uma tampa, uma tampa de caixão, de caixão de defunto!
 
Um medo contínuo de si próprio, um indefinível asco do "cadáver" que sente a seu lado, assoberba-o. Rebenta o caixão, levanta-se, quer correr, mas bate de encontro a uma parede, uma fria e cinzenta parede de mármore. Rápida e rija vem-lhe a certeza de estar enterrado vivo, prisioneiro da morte, atirado num calabouço. No silêncio e na treva, entre a loucura e a morte, dá dois passos, mas tropeça. Que será?
 
E como seus pés tateassem na sombra, encontraram um degrau que subiram; depois, outro mais outros, outros ainda. Oh! que sepultura profunda! Erguendo as mãos para o céu que está tão longe dos abismos, sentiu nas mãos a fria laje do teto.
 
- Em vão tenta erguê-la. Respira a longos haustos por uma fresta aberta na pedra. Um novo esforço para erguê-la: em vão! - Uma sepultura de mármore, como que para guardar o corpo aos vermes e ao pó; uma fresta por onde apenas entra o ar que prolonga a vida ao condenado; uma escada que os passos sobem e inutilmente descem; uma laje que se levanta para enterrar os mortos e que se não ergue para salvar os vivos; - oh! essa sepultura é com certeza uma sepultura de igreja.
 
E novamente luta para erguer a pedra, mas com o esforço inútil, vem o cansaço, vem o abatimento, vem o desânimo. Então como o inconsciente ou o muito atilado, que vendo abertos os braços lívidos da Morte, em vez de fugir, aos braços se atira, ele resignadamente desce. Ao descer alucinado e cego, bate com o corpo no mármore da parede, e grita. A sua voz sobe e desce, abafada como o eco de um trovão distante encerrado' numa gruta profunda. Agora, sereno e calmo, como quem leva um sol apagado no coração e uma estrela sem luz em cada olhar, sobe de novo os degraus da Vida e da Morte. Nos primeiros momentos, com a calma e serenidade com que subira, junto ao intento a sua força, mas a pedra permanece impassível. A angústia do sofrimento prolongado destrói-lhe o sossego da ação; com um doloroso esforço, ingurgitadas as veias, os músculos retesados na onipotência da sua própria força, os olhos saltando das órbitas, procura num ansiado desespero levantar a pedra que talvez para sempre o encerra. Trabalho inútil! Parece que o pranto preso na garganta vai sufocá-lo, - e sente uma a uma ensangüentarem-se, dilacerarem-se, largarem-lhe da carne as unhas. Impossível!
 
Exausto de fadiga e dor, deixa-se abater, e o seu corpo doente, rolando de degrau em degrau como um fardo sinistro, vai parar ao pé da parede cinzenta e fria...
 
Veio o sono. Veio seguindo a nébula do sono a doida fantasia do sonho.
 
Era vago e tênue. Mas porque tão vago fosse e tão tênue, quase sem torturas, o Espírito-Zombeteiro dos Sonhos fê-lo aclarar-se, - assim como uma cidade que despe aos primeiros raios de sol a túnica de névoas em manhãs de frio.
 
Vai-se largamente o sonho dilatando, mas sempre duvidoso e cinzento.
 
Era uma noite profunda, iluminada de estrelas. O céu muito alto era como um imenso veludo macio. - E o céu alto e a noite profunda cobriam e envolviam uma cidade estranha mas que lhe não era de todo desconhecida. Havia velhos lugares que amava e, pelos sítios conhecidos, - nem viv'alma! Apenas sombras. Caminhava e, quando era a grande fadiga e o repouso que lhe abria os braços amigos, outros braços mais fortes o impeliam e uma sinistra voz bradava: - Marcha! Marcha! - As pernas pesavam, se entorpeciam; desejos protetores de descanso inundavam-lhe o lasso corpo. À proporção que atravessava caminhos, os caminhos mudavam: eram jardins floridos e perfumados, prados extensos, longas campinas, casarios que fugiam na sombra; outras vezes, charnecas adustas e ressequidas, betesgas exalando podridão. Passou por cemitérios e à sua passagem os defuntos erguiam-se, cobertos de pó e de segredo, acompanhando-o fantasticamente por dilatados e dolorosos momentos. As árvores tomavam assombradoras formas de avejões e as estrelas, apagando-se no céu, deixavam o céu cinzento e frio como o mármore da sua sepultura tão fria e tão cinzenta. E, entretanto, no silêncio, na noite e na treva - o defunto caminhava.
 
De súbito, como aos olhos tontos e averiguadores do náufrago, aparece a orla branca de uma praia distante, no seu espírito cansado nasceu uma idéia feliz: aquela noite de loucura e de assombramento marcava o aniversário de sua Noiva e por data essa tão formosa haveria uma formosa festa. Devia ser tarde; ansiavam por ele. - Com uma força nova, um grande desejo de ver, de ouvir, de sentir, de querer, de palpitar, de amar e de viver banhou-lhe a alma numa cariciosa sensação de vida. Apressou o passo, correu. Mas, voltando-se para trás, julgou ver na sombra uma sombra que resvalava. Levantaram-se-lhe os cabelos, um calafrio de medo correu-lhe o corpo de alto a baixo - e partiu, assombrado, numa carreira mal segura, de perseguido. Batendo com os pés no solo, todo o solo ressoava ao contacto, como se os pés fossem de aço. Depois, com surpresa, sentiu-se leve; houve um suspiro de prazer e de alivio e, flutuando no espaço, começou a voar. Subiu; rompeu a camada cinzenta do céu e o céu tornou-se inteiramente negro. Como subisse mais alto, seus olhos extasiaram-se diante do azul, um azul, tão límpido e transparente como até hoje olhos humanos não sonharam. No alto, imensamente longe, brilhavam as estrelas no glorioso esplendor de uma imortal claridade. Muito embaixo, perto da Terra, desaparecia a Lua amorável dos poetas. Os seus olhos humanos quase cegaram fitando Sírius. - Entre as estrelas abriu-se o céu e aqueles mesmos deslumbrados olhos viram sobre os sóis o suave Jesus dos Humildes. Perto de Cristo apareceram duas sombras que se foram corporificando e nas quais o Defunto se reconheceu, a si e a sua Noiva! Ela! Mas como, se "ele" ali estava oculto contemplando a felicidade do outro "ele"! Jesus sorriu. Jesus os abençoou. E eles voaram. Ah! se ele pudesse, também seguir-lhes o vôo!... Quando quis voar, as asas se lhe desfizeram e ele caiu, rolou, precipitou-se, tocou a terra - e partiu novamente, correndo pelas estradas solitárias e ermas. Voltando o rosto viu outra vez, na treva, o mesmo vulto que o acompanhara; dominado pelo medo, correu mais, até que, numa curva do caminho, espessa sebe lhe tomou o passo. Retrocedeu, passou, assombrado, pelo vulto, que lhe estendeu os braços, e na mesma carreira fantástica, atravessou planícies, estepes nuas, estradas mortas, frias e cinzentas. Lamentou a perda das suas asas felizes e lembrou-se da sombra que não o deixava. Mas, se ele estava morto, por que o perseguiam? Cada vez mais o vulto avançava e era tão longe a casa de sua Noiva! O vulto já ia tocá-lo... - Mas ele era cadáver e na sua qualidade de morto, devia amedrontar os vivos... Voltou-se, mas quem quer que era riu-lhe diante da medrosa face. Mais intenso foi então o pavor de si mesmo e da sombra que devia ser a sua alma... E ela vinha resvalando na sombra, acompanhando-o... Estava perdido! Já não tinha mais forças! Coragem! Uma luz brilhou ao longe; oh! que deliciosa alegria ! Era a casa de sua Noiva! Mais um passo! Avante! O alguém seguia-o, quase alcançando-o; mas estava salvo! Era a casa dela, era o som da orquestra, era a luz intensa, era a salvação! Um pouco de ânimo - coragem! E antes de bater com o corpo nas lajes cinzentas e frias da sepultura, pareceu que o vulto perseguidor lhe abriu os braços. E também pareceu que eram os braços regelados da Morte...
 
Um raio de sol, fino e tênue, atravessava a fresta aberta na pedra.
 
* * *
 
Despertou suado, ardendo em febre. Pelo seu rosto lívido andava, molemente, uma larva. Quis gritar, mas só lhe saiu da boca um grunhido surdo que o apavorou. Abriu os braços para certificar-se da vida e na treva os braços bateram contra a parede.
 
Pensou, então, no seu sonho - e tristemente verificou que era, em verdade, por aqueles dias, o aniversário de sua Noiva. Que data era a de sua morte? Quem sabe se não era mesmo aquele o dia festivo! Todo o passado irrompeu, tumultuando, da sombra e ele reviu as longas horas de contemplação ou de melancolia em que todo o seu ser era um crente adorando a um ídolo. E outra vez, de repente, voltou a encarar a sua situação de morto.
 
Longas horas passaram; desaparecera o raio de sol; e um sino tangia ao longe, fúnebre e evocativo, os dobres que deviam ser os da Ave-Maria. O som do triste bronze, chegando a seus ouvidos, falava na vida e na liberdade A liberdade! A delícia infinita! Ah! como era doloroso morrer assim, solitário, consciente, indefeso, abandonado, sem o prazer da luta, sem o esforço da salvação! E por que o enterraram vivo? Mil vezes amaldiçoou a estupidez criminosa que o atirara à morte! Os soluços e as lágrimas rebentaram e sofrendo sem termo, e chorando sem esperança adormeceu, sem sentidos, esperando pela Morte...
 
* * *
 
Ao despertar, na manhã do outro dia, viu a fita do sol - único que lhe levava à cova a carícia de uma visita.
 
Admirando-se de ainda estar enterrado, quis levantar-se e sentiu que desmaiava. Tinha uma fome devoradora e uma sede que o requeimava. Ah! quarenta e oito longas, intermináveis horas sem comer, sem beber! Sem beber! Sentia o estômago vazio e gelado e a língua, ressequida, estalava. De novo quis levantar-se e de novo ficou. O dia inteiro - longo como um deserto; a noite inteira - vazia como o silêncio, ele passou, ora em profunda sonolência, ora acordado, com a ânsia estranguladora de comer e de beber.
 
Outra vez o sol que devia ser o dia, outra vez a manhã que devia ser a vida!
 
O enterrado ouviu a seus pés um guincho fino; os olhos tiveram um rápido brilho de prazer e, estendendo as mãos crispadas, apanhou um rato, vivo e mole. Abrindo os lábios num sorriso que devia ser de imbecilidade, bestializado e faminto, levou o rato à boca, frio, áspero, nojento, estrebuchando e guinchando entre os dentes. Oh! mas a sede! A sede que aquela carne repulsiva aumentara ! A fome que ela fizera crescer ! - E então, num esforço hercúleo, ergueu-se; olhou a treva um instante, com um olhar profundo, calmo, parado. De repente, soltando um uivo de fera enjaulada, rasgou as roupas, dilacerou-as - e, nu, selvagem, rugindo e chorando de desespero, retalhou com os dentes a carne branca dos seus braços. O sangue brotava em ondas rubras que espumavam e ele o sorvia, atirando a cabeça de um lado para o outro, aparando-o para não perder uma gota chupando aquele sangue que corria quente espesso, vivo, garganta abaixo, descendo para o estômago crispado pela fome.
 
Um rugido mais rouco, dois saltos contra a parede onde repartiu a cabeça, de onde brotou mais sangue que lhe envolveu o rosto numa máscara vermelha. Enlouquecera.
 
Outra vez, pela última vez, subiu as escadas. Ajoelhou-se, rilhou os dentes, entrelaçou os dedos sobre as mãos, numa prece maldita - e ficou morto, imóvel, rígido e nu, coberto de sangue escarlate, como o mármore cinzento e frio da sua sepultura...
 

sexta-feira, 15 de março de 2013

Livros em PDF

Bom, como sou apaixonada por livros, estive pesquisando por um tempo como colocá-los a disposição para que todos possam usufruir de boas leituras...
 
Assim como eu, sei que existem milhares de pessoas loucas por livros então, tive uma idéia excelente rs... Em uma outra página colocarei os livros em PDF para que todos possam ler, o que acham???
 
Nesta página continuará as postagens de sempre com meus textos e reflexões, creio que desta forma todos ficarão felizes e não ficará aquela bagunça de textos e livros colocados ao acaso, todos juntos e misturados...
 
Estou pensando, mas acho que o primeiro livro que irei postar será uma série que descobri pouco tempo e que se chama "Série Cris", é uma delícia de ler, são livros pequenos que contam a história de Cris, uma adolescente que começa a dar seus primeiros pasos no mundo adulto... Muito fofo!!!
 
Espero que todos aprovem ;)
 
 

sexta-feira, 1 de março de 2013

3Doodler Intro Video


 
Vejam só que inovação...
Esta é a primeira caneta que escreve e desenha em 3D!!!
É muito interessante, dá para fazer várias coisas deiferentes, eu fiquei completamente louca por uma rs...
 
Imagine só criar objetos com volume, literalmente tirando-os do papel, isso é fantástico!!!
 
O preço será aproximadamente de US$75,00. A empresa WobbleWorks é quem está desenvolvendo e foi colocada recentemente no Kickstarter.
 
O objeto já superou o pedido dos seus cdriadores que queria US$30 mil para tocar o projetoe, faltando mais de um mês para o fim, ele já superou os US$ 181 mil.
 
Bem, seu efeito em 3D é por conta de um plástico quente que ela solta e esfria, solodificando rapidmente criando asim uma estrutura forte e estável.
 
É pelo jeito a caneta vai angariar muitos adeptos...
 
 

Sete hábitos que atrapalham o processo mental...

Falta de sono:
O hábito de dormir pouco pode atrapalhar o processo cerebral, uma vez que é durante o sono que o cérebro consolida as memórias do dia que passou, organiza o pensamento e exercita a criatividade (sabe os sonhos? Então). Além disso, prepara o cérebro para as atividades do dia seguinte. Por isso, quando dormimos mal o rendimento cai logo no dia seguinte, ocorrendo o declínio franco da concentração, da memória e alterações intensas do humor.

Sedentarismo:
A atividade física age no sistema nervoso central reduzindo a ansiedade, derrubando os níveis de cortisol e adrenalina, estimulando a formação de redes dentro do hipocampo (região responsável pela memorização) e melhorando o sono. Ou seja, a falta dela remete aos mesmos problemas de falta de sono, que comprometem a atividade cerebral de semelhante maneira.

Rotina:
Pode não parecer óbvio, mas a rotina é um inimigo importantíssimo. Ela automatiza os processos mentais e, dessa maneira, realizamos diversas atividades sem perceber e deixamos de pensar, perdendo uma chance de exercitar os neurônios. Trabalhos repetitivos, relações interpessoais que caíram na mesmice, falta de projetos, planos, metas, tudo isso leva a uma preguiça cognitiva. Por isso sempre somos estimulados a buscar coisas novas, desafios: para alimentar o cérebro de vivencias intelectualmente mais interessantes.

Ansiedade:
A ansiedade cria pressão antecipatória para eventos posteriores, um dimensionamento patológico do grau de complicação, etc. Os ansiosos são frequentemente desatentos e cometem lapsos pois estão projetando sua mente para o futuro e não estão focados no presente. O ideal é combater a ansiedade com medidas comportamentais.

Sobrecarga mental:
A privação de estímulos que a rotina provoca é tão prejudicial quanto a sobrecarga de informações. O cérebro tem uma capacidade limitada de lidar com afazeres simultâneos e se ultrapassarmos essa capacidade, teremos consequencias: esquecimentos, desatenção e baixa no rendimento. Portanto, faça cada coisa no seu tempo e se desconecte do mundo ao resolver problemas importantes e específicos.

Desorganização:
Você facilita muito o trabalho cognitivo se for uma pessoa organizada. Trabalhar em ambientes apropriados, gerenciar o tempo, estipular prioridade, delegar tarefas com inteligência, manter um certo padrão aonde guarda as coisas, o jeito que destaca o que é mais relevante, manter a fácil aceso aquilo que é usado com maior urgência ou frequência, etc. Tudo isso libera seu cérebro para se engajar no processo cognitivo superior, como a criatividade, raciocínio lógico, previsão de resultados, etc.

Vícios e alimentos:
Reduza o consumo de álcool e nicotina e tenha cuidado com medicamentos para tontura, náuseas, relaxantes musculares e remédios para dormir sem orientação médica (eles podem atrapalhar todo o processo mental). Evite o excesso de estimulantes como cafeína, pois o exagero pode até deixa-lo ligado, mas, paradoxalmente, mais desfocado e menos produtivo. Evite excessos alimentares, coma várias vezes ao dia e prefira alimentos de fácil digestão. Também evite trabalhar e estudar com fome. Ou seja, evite os excessos, quaisquer que eles sejam.
 

quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Carta de Abraham Lincoln para o professor do seu filho

"Caro professor, ele terá de aprender que nem todos os homens são justos, nem todos são verdadeiros, mas por favor diga-lhe que, para cada vilão há um herói, para cada egoísta, há um líder dedicado.

 Ensine-o, por favor, que para cada inimigo haverá também um amigo, ensine-o que mais vale uma moeda ganha que uma moeda encontrada.

 Ensine-o a perder, mas também a saber gozar da vitória, afaste-o da inveja e dê-lhe a conhecer a alegria profunda do sorriso silencioso.

 Faça-o maravilhar-se com os livros, mas deixe-o também perder-se com os pássaros no céu, as flores no campo, os montes e os vales.

 Nas brincadeiras com os amigos, explique-lhe que a derrota honrosa vale mais que a vitória vergonhosa, ensine-o a acreditar em si, mesmo se sozinho contra todos.

 Ensine-o a ser gentil com os gentis e duro com os duros, ensine-o a nunca entrar no comboio simplesmente porque os outros também entraram.

 Ensine-o a ouvir todos, mas, na hora da verdade, a decidir sozinho. Ensine-o a rir quando estiver triste e explique-lhe que por vezes os homens também choram.

 Ensine-o a ignorar as multidões que reclamam sangue e a lutar só contra todos, se ele achar que tem razão.

 Trate-o bem, mas não o mime, pois só o teste do fogo faz o verdadeiro aço. Deixe-o ter a coragem de ser impaciente e a paciência de ser corajoso.

 Transmita-lhe uma fé sublime no Criador e fé também em si, pois só assim poderá ter fé nos homens.
Eu sei que estou a pedir muito, mas veja o que pode fazer, caro professor.“

 

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Quenianos transformam garrafa de água em carregador de celular

Um grupo de designers quenianos criou uma tecnologia que transforma garrafas d’água em carregadores de celular. O PET é equipado com um dispositivo, que esquenta e esfria o líquido, gerando eletricidade de forma barata e sustentável.

Batizado de Bottle Charger, o equipamento tem capacidade para carregar a bateria de um celular em, no máximo, 30 minutos. O sistema começa a operar quando um copo com água fervente é despejado no interior da garrafa. Assim, a eletricidade é gerada por meio de um dispositivo instalado no PET, que provoca variações de temperatura no líquido.

O sistema foi viabilizado para atender às comunidades de regiões carentes da África que não têm acesso à energia elétrica em casa. Estima-se que o continente africano possua cerca de 200 milhões de celulares que são carregados apenas em postos públicos de recarga – os quais nem sempre ficam perto das residências das pessoas.

Mesmo com o Bottle Charger em fase de testes, a invenção já está disponível em um site de financiamento coletivo internacional. Os criadores esperam que o produto faça sucesso, já que, além de preservar o meio ambiente e viabilizar um novo uso para as garrafas d’água, o carregador poderá utilizar energia limpa para amenizar as disparidades sociais do continente africano. Com informações do InHabitat.


Fonte: Ciclo Vivo
Ver mais
 

Limão CONGELADO... Um santo remédio!

Muitos profissionais em restaurantes, além de nutricionistas estão usando ou consumindo o limão inteiro, em que nada é despe...rdiçado.

Como você pode usar o limão inteiro sem desperdício?

Simples... Lave bem e coloque o limão na seção do freezer de sua geladeira.
Uma vez que o limão esteja congelado, use seu ralador e o limão inteiro (sem necessidade de descascá-lo) e polvilhe-o em cima de seus alimentos.

Polvilhe-o em suas bebidas, vinho, saladas, sorvete, sopa, macarrão, molho de macarrão, arroz, sushi... Todos os alimentos inesperadamente terão um gosto maravilhoso, algo que você talvez nunca tenha provado antes.
Provavelmente, você achava que só o suco de limão teria vitamina C..

Bem, saiba que as cascas do limão contêm vitaminas 5 a 10 vezes mais do que o suco de limão propriamente dito. E, sim, isso é o que você vem desperdiçando. Mas de agora em diante, por seguir esse procedimento simples de congelar o limão inteiro e salpicá-lo em cima de seus pratos, você pode consumir todos os nutrientes e obter ainda mais saúde.

As cascas do limão são rejuvenescedoras da saúde na erradicação de elementos tóxicos do corpo. ótimo!!!

Os benefícios surpreendentes do limão!

Limão (Citrus) é um produto milagroso para matar células cancerosas. É 10.000 vezes mais forte do que a quimioterapia.
Por que não sabemos nada sobre isso? Porque existem laboratórios interessados em fazer uma versão sintética que lhes trará enormes lucros.

Seu sabor é agradável e não produz os efeitos horríveis da quimioterapia. Quantas pessoas morrem enquanto esse segredo é mantido, para não pôr em perigo as grandes corporações multimilionárias? Como sabem, a árvore do limão é conhecida por suas variedades de limões e limas. Você pode comer as frutas de diferentes maneiras: a polpa, suco, preparando bebidas, sorvetes, bolos, etc... A ele é creditado muitas virtudes, mas o mais interessante é o efeito que produz sobre cistos e tumores. Essa planta é uma solução comprovada contra cancros de todos os tipos. Alguns dizem que é muito útil para todas as variantes do cancro. Ele é considerado também como um espectro antimicrobiano contra infecções por bactérias e fungos, eficaz contra parasitas internas e vermes, que regula a pressão de sangue, quando muito alto, e um antidepressivo, combatendo o estresse e distúrbios nervosos.

A fonte desta informação é fascinante: ela vem de uma das maiores fabricantes de drogas no mundo, diz que, após mais de 20 testes desde 1970, os extratos revelaram que: destrói as células malignas em 12 tipos de cancro, incluindo cólon, mama, próstata, pulmão e pâncreas.... Os compostos dessa árvore mostraram-se 10.000 vezes melhores do que o produto Adriamycin, uma droga normalmente utilizada como quimioterápico no mundo, retardando o crescimento das células cancerosas. E o que é ainda mais surpreendente: este tipo de terapia com extrato de limão apenas destrói células de câncer e não afeta as células saudáveis.
 
 
 

terça-feira, 19 de fevereiro de 2013

Exumação do corpo de D. Pedro I

Exumação do corpo de D. Pedro I (fotos de Valter Diogo Muniz)
                            
Pela primeira vez em quase 180 anos foram exumados para estudos os restos mortais de Dom Pedro I, o primeiro imperador brasileiro, e de suas duas mulheres: as imperatrizes Dona Leopoldina e Dona Amélia. Os exames, realizados em sigilo entre fevereiro e setembro de 2012 pela historiadora e arqueóloga Valdirene do Carmo Ambiel, com o apoio da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, revelam fatos até então desconhecidos da família imperial brasileira e compõem um retrato jamais visto dos personagens históricos, cujos corpos estão na cripta do Parque da Independência, na zona sul da cidade, desde 1972.

Tomografia dos restos mortais
 
A reportagem do jornal O Estado de S. Paulo acompanha os estudos de Valdirene desde 2010, quando a historiadora e arqueóloga conseguiu autorização dos descendentes da família imperial para exumar os restos mortais. Na segunda-feira (18), ela apresentou sua dissertação de mestrado no Museu de Arqueologia e Etnologia da USP.
Agora se sabe que o imperador tinha quatro costelas fraturadas do lado esquerdo, o que praticamente inutilizou um de seus pulmões - fato que pode ter agravado a tuberculose que o matou, aos 36 anos, em 1834. Os ferimentos constatados foram resultado de dois acidentes a cavalo (queda e quebra de carruagem), em 1823 e 1829, ambos no Rio.

No caixão de Dom Pedro, nova surpresa: não havia nenhuma comenda ou insígnia brasileira entre as cinco medalhas encontradas. O primeiro imperador do Brasil foi enterrado como general português, vestido com botas de cavalaria, medalha que reproduzia a constituição de Portugal e galões com formato da coroa do país ibérico. A única referência ao período em que governou o Brasil está na tampa de chumbo de um de seus três caixões: a gravação Primeiro Imperador do Brasil, ao lado de Rei de Portugal e Algarves.

Ao longo de três madrugadas, os restos mortais da família imperial foram transportados da cripta imperial, no Parque da Independência, à Faculdade de Medicina da USP, na Avenida Doutor Arnaldo, onde passaram por sessões de até cinco horas de tomografias e ressonância magnética. Pela primeira vez, o maior complexo hospitalar do País foi usado para pesquisar personagens históricos - na prática, Dom Pedro I, Dona Leopoldina e Dona Amélia foram transformados em ilustres pacientes, com fichas cadastrais, equipe médica e direito a bateria de exames.
 
Dona Amélia mumificada
 
No caso da segunda mulher de Dom Pedro I, Dona Amélia de Leuchtenberg, a descoberta mais surpreendente veio antes ainda de que fosse levada ao hospital: ao abrir o caixão, a arqueóloga descobriu que a imperatriz está mumificada, fato que até hoje era desconhecido em sua biografia. O corpo da imperatriz, embora enegrecido, está preservado, inclusive cabelos, unhas e cílios. Entre as mãos de pele intacta, ela segura um crucifixo de madeira e metal.

O estudo também desmente a versão histórica - já próxima da categoria de “lenda” - de que a primeira mulher, Dona Leopoldina, teria caído ou sido derrubada por Dom Pedro de uma escada no palácio da Quinta da Boa Vista, então residência da família real. Segundo a versão, propalada por alguns historiadores, ela teria fraturado o fêmur. Nas análises no Instituto de Radiologia da USP, porém, não foi constatada nenhuma fratura nos ossos da imperatriz.
 
Mãos de Dona Amélia segurando o crucifixo de madeira

Futuro

“Unimos as ciências humanas, exatas e biomédicas com o objetivo de enriquecer a História do Brasil. A cripta imperial foi transformada em laboratório de especialidades, com profissionais usando os equipamentos mais modernos em prol da pesquisa histórica”, disse a pesquisadora, que trabalhou três anos sob sigilo acadêmico. “O material coletado será útil para que as pesquisas continuem em diversas áreas ao longo dos próximos anos.” As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.
 
 
 

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Kelvin Okafor

Kelvin Okafor é um excelente desenhista que adquiriu a forma mais realista de retratar qualquer coisa.
 
Para que uma de suas obras fique pronta, leva mais de 500 horas... Felizmente estão à venda.
 
Ele utiliza o carvão e o lápis para prouzir com perfeição retratos.
 
Vale a pena conferir um pouco do seu trabalho ;)