segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

Quando eu parti - Gayle Forman

Gayle, Gayle, Gayle!!! O que dizer desta incrível escritora? Com este é o 4º livro dela que leio e quando acaba fico triste. As personagens são tão reais e cativantes que sinto muito todas as vezes que vão embora.

Maribeth Klein é uma editora de 44 anos, casada com Jason Brinkley que mora em Nova York. Mãe de gêmeos, corre com os afazeres da casa, cuida do marido, chega tarde da revista Frap onde trabalha, sempre trazendo serviço para casa. Se apenas isto não fosse o suficiente, de dois em dois meses acontece o jantar dos Pais dos Gêmeos, e que desta vez seria em sua casa e ela estava sem tempo para ir ao mercado, já que havia certas exigências alimentícias, como nada de laticínios, ou de glúten, para os filhos de Adrienne.

Como era uma mulher muito ocupada e com uma alimentação que achava saudável não percebeu quando seu coração deu indícios de querer parar de trabalhar e ao primeiro sintoma chupou uma pastilha de antiácido para resolver o problema, pensando que fosse indigestão, então foi para casa e adormeceu. 

Acordou pela manhã, exausta e enjoada, jogou a culpa na comida chinesa consumida na véspera, só não reparou na dor em seu maxilar sem motivo aparente. Vomitou bile e mesmo assim continuou exausta e com dores no peito. Foi em sua consulta de rotina com a ginecologista Drª Cray, que percebendo que ela não estava nada bem, pálida e com sua pressão muito baixa é que Maribeth se viu dentro de um taxi a caminho do pronto socorro. Estava sofrendo de um ataque cardíaco, infarto branco para ser mais preciso. 

Ainda a caminho do hospital mandou mensagens de texto organizando as coisas do jantar para mais tarde, pedindo para o marido adiantar as compras e dizendo que estava bem, ainda tentou negociar com o médico sobre colocar dois stents na semana seguinte o que é claro, foi rejeitado pelo médico, que a levou para cirurgia e como resposta ganhou duas pontes de safena e um cateterismo não muito eficiente já que sua artéria se rompeu no meio do caminho. 

Tudo seria fácil, se sua mãe não fosse uma terceira criança e se o seu marido se lembrasse de comprar os ingredientes corretos para a sua dieta, ao invés de oferecer uma fatia de pizza quando ela acordou ou querer aquecer uma sopa enlatada. Ela se viu comendo uma maçã, tomando iogurte e indo para o fogão cozinhar algo para si. 

Fiquei irritada com Jason em diversas ocasiões, com a mãe dela por não lavar nem a louça ou ao menos levar as crianças na escola quando estava chovendo. Fiquei irritada com sua amiga Elizabeth também, eram todos folgados, não ajudavam e deixavam tudo para ela fazer, uma mulher recém-operada, na qual o coração havia parado e seu peito havia sido aberto para que tudo voltasse a funcionar como antes. 

A gota d’água foi quando os gêmeos chegaram mais cedo em casa porque estavam com piolho e ninguém quis ajudar deixando que ela fosse na chuva comprar o shampoo e o pente, e que ela mesma fizesse o trabalho sujo. 

No momento em que ela sai de casa sem rumo certo é uma libertação. Ver seus pequenos progressos, acertos, aceitação e realização de pequenas tarefas é surpreendente. 

Maribeth faz novas amizades, descansa, fica o dia todo assistindo tv e dormindo, tira um tempo para si no qual resolve saber mais sobre sua mãe biológica, isto é importantíssimo para se conhecer e entender seus filhos e seu comportamento. 

Existe aí a reconciliação com o marido, a descoberta do amor, do compromisso, a importância do diálogo, de não esconder nada do cônjuge, de pedir desculpas no momento certo e de pedir ajuda sempre que sentir necessidade. 

Gayle é encantadoramente sensível e realista, suas personagens parecem de carne, osso e sangue e suas histórias são marcantes e inesquecíveis. 

E vocês, o que acham? Maribeth voltou para casa? Aprendeu a ser mais controlada e menos automática? 

Se eu recomendo Quando eu Parti??? Com certeza a palavra é SIM!!! Rs...
 

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