quinta-feira, 28 de março de 2013

Agatha Christie

Sou fã dos livros da Agatha Christie, e encontrei essa lista com "Os 10 maiores mistérios de Agatha Christie".
Sempre adorei todos seus livros, mas o meu preferido é "Noite das Bruxas" não por ser o melhor (acho todos excelentes), mas por ter sido o primeiro dela que eu li e que me fez ler todos os outros.

... E vocês , concordam com essa lista, ou acham que faltou algum livro?? E qual o seu livro preferido da Agatha Christie??

Segue a lista dos 10 maiores mistérios escritos por Agatha Christie:

1 - O assassinato de Roger Ackroyd:
Hercule Poirot retirou-se para a aldeia de King's Abbot para cultivar abóboras. Mas quando rico Roger Ackroyd é encontrado esfaqueado, ele concorda em investigar. Um misterioso assassinato em uma típica aldeia, ou assim parece até que o último capítulo com a sua revelação impressionante. Um marco imperdível, e ainda controverso, da ficção policial;

2 - A casa do penhasco:
O proprietário empobrecido de End House organiza uma festa em que fogos de artifício camuflam o tiro que mata seu primo. Qual dos outros convidados é um assassino? Perfeitamente veloz, e engenhoso, com uma solução totalmente inesperada, mas lógica. É como uma história de detetive clássica deve ser escrita.

3 - Assassinato no Expresso Oriente:
O Expresso Oriente pára durante a noite, bloqueado por montes de neve. Na manhã seguinte, o misterioso Mr. Ratchett é encontrado esfaqueado em seu compartimento e mostra a neve não pisada que o assassino ainda está a bordo. Esta época glamourosa de viagens de trem proporciona Poirot com um elenco internacional de suspeitos e um dos seus maiores desafios. Predicado em um chamariz inspirado, essa é uma das terminações grande surpresa no gênero;

4 - Os crimes ABC:
Apesar de avisos antecipados, Poirot é incapaz de evitar o assassinato de Alice Ascher, Barnard Betty e Clarke Carmichael. Ele pode parar o assassino antes que ele chegue ABC D? Um dos primeiros exemplos de "serial killer" esta novela de Christie é um clássico é baseado em uma premissa maravilhosamente simples. Mas os leitores quantos são tão inteligentes quanto Poirot?


5 - O caso dos dez negrinhos:
Dez pessoas são convidadas para uma ilha no fim de semana. Embora todos eles abriguem um segredo, eles permanecem desavisados até que começam a morrer, um por um, até que ... não há nenhum. Pânico é quando o grupo percebe que uma diminuição do seu número próprio é o assassino. Uma combinação perfeita de suspense e romance policial, este enredo muito copiado é a maior conquista técnica de Christie;

6 - Os cinco porquinhos: Dezesseis anos atrás, Caroline Crale morreu na prisão enquanto cumpria uma sentença de prisão perpétua. A filha pede Poirot para investigar um possível erro da justiça e se aproxima dos outros cinco suspeitos. Este romance sublime é uma história de detetive sutil e engenhoso, uma história de amor elegíaco e um exemplo de mestre de técnica narrativa, com cinco contas separadas de um acontecimento devastador;

7 - A casa torta:
A família Leonides vive junta em uma casa nem tão pouco torta. Mas qual deles teria envenenado o patriarca, Aristides? Assassinato em família sempre foi um terreno fértil para a Christie, e este era um de seus favoritos;

8 - Convite para um homicídio: No vilarejo de Chipping Cleghorn, um assassinato é anunciado em pequenos anúncios de jornal local. Este era o título 50 da Christie e continua a ser o melhor momento de Miss Marple. Notável também para a sua localização no pós-guerra, a Grã-Bretanha (um fator vital para a trama), este é sem dúvida a última das engenhosas e perfeitamente compassada trama;

9 - Noite sem fim:
Michael Rogers conta a história de seu encontro e casamento com Ellie, uma herdeira fantasticamente rica. Como se instalam em sua casa de sonho no país, torna-se claro que nem todo mundo é feliz para eles. Um caso muito atípico de Christie, este conto de suspense ameaçador em um clímax horrível e mostra que mesmo após 45 anos ela não havia perdido o poder de confundir seus leitores;

10 - Cai o pano:
Um velho e frágil Poirot retorna à cena de seu primeiro caso, os estilos de casa de campo, uma casa de hóspedes agora. Ele convoca seu amigo Hastings para ajudar a identificar o assassino ele acredita que seja um hóspede. Este romance foi escrito e armazenado em um cofre a ser publicado após a morte da própria Christie. Na verdade, foi publicado em Outubro de 1975 (Christie morreu em janeiro de 1976) e Poirot recebeu um obituário de primeira página no New York Times.
 
Fonte: John Curran/Guardian
 
 

quinta-feira, 21 de março de 2013

Joseph Merrick, o Homem-Elefante

Em 1862 nasceu na Inglaterra, o garoto que, mais tarde, seria chamado de Homem Elefante. Joseph Merrick - apesar da lenda que sua mãe foi pisoteada por um elefante enquanto o carregava em seu ventre - nasceu sem nenhuma anormalidade aparente.

Seu corpo começou a se transformar quando ele tinh...a por volta de 5 anos de idade, mas as mudanças eram sutis e ele vivia uma vida normal. Foi por volta dos 12 anos que a tragédia aconteceu: sua mãe faleceu.

Não se sabe a relação, mas só após a morte dela que as deformações no corpo começaram a se acelerar. O pai de Merrick se casou novamente e a madrasta maltratava o garoto, que fugiu de casa e passou a se apresentar em circos de horrores.

Foi lá que Merrick chamou a atenção de Frederick Treves, um médico que, interessado em seu caso, ofereceu a Joseph uma moradia, uma amizade e o respeito digno a qualquer ser humano

Foi durante a época em que morou com Treves que Merrick passou os dias mais felizes depois da morte de sua mãe. Tratado como um ser humano, ele passou a encantar a sociedade londrina com sua boa educação e seu bom caráter.

Em suas anotações, Treves, que receberia a Ordem dos Cavaleiros do Império Britânico, escreveu: "Uma coisa sempre me entristeceu em Merrick era o fato de que ele não era capaz de sorrir. Fosse qual fosse sua alegria, seu rosto permanecia impassível. Ele era capaz de chorar, mas não era capaz de sorrir."

Treves comentou, tempos depois, que Joseph, apesar de bem tratado, sempre desejou ir para um hospital de cegos, onde poderia encontrar uma mulher a quem a sua aparência não repugnasse.

Joseph Merrick tornou-se uma espécie de celebridade na alta sociedade vitoriana. Alexandra da Dinamarca – mais tarde Princesa de Gales – interessou-se por Joseph, levando outros membros da classe alta a compartilhar desse interesse. Joseph acabou por se tornar amigo da rainha Vitória.

A sensibilidade de Merrick era notável, assim como seus dotes artísticos. Apenas uma de suas mãos era hábil, mas foi com ela que ele construiu uma maquete da igreja que via do hospital em que morava. Hoje a igreja permanece em exibição no mesmo hospital que abriga seu esqueleto.

Por causa de seu corpo, as tarefas mais simples eram quase impossíveis. Quando saía, ele tinha que sair encapuzado para não causar espanto nas pessoas. Para dormir, ele não podia se deitar pois o peso de seu crânio fecharia sua traqueia. Merrick dormia sentado ou agachado, com as mãos agarrando as pernas e a cabeça apoiada sobre os joelhos.

Foi justamente durante o sono, aos 27 anos de idade, que Merrick faleceu. Sir Treves atesta que nos últimos anos de sua vida, a doença se acelerou e, na manhã de 11 de abril de 1890, Merrick foi encontrado morto. Aparentemente, durante o sono, a cabeça dele tombou para trás e seu peso provocou uma fratura em seu pescoço.

A história de Merrick foi adaptada para o cinema pelo cineasta David Lynch em um filme lançado em 1980. No teatro, já foram várias as adaptações.

Havia um poema, escrito pelo inglês Isaac Watts, que Merrick gostava de colocar no fim de todas as cartas que escrevia:

"De fato, a minha aparência é algo medonha,
mas censurar-me é censurar a Deus.
Pudesse eu recriar-me outra vez,
não decepcionaria você.
Pudesse eu abarcar o mundo de polo a polo
ou agarrar o oceano num abraço,
aí, eu seria medido pela minha alma,
a base da mente do homem"

O esqueleto de Joseph Merrick foi preservado e exposto no Hospital Real de Londres.

Sugestão de Henrique Mota
Texto de Diego Vieira
Administração Imagens Históricas

Suíços criam canudo que filtra água contaminada

Uma empresa suíça criou um canudo que elimina elementos nocivos à saúde encontrados na água contaminada, como bactérias e vírus. Cada canudo possui um potente sistema de filtragem, que pode ser usado para limpar até 700 litros de água – quantidade média consumida anualmente por cada pessoa.

Batizado de LifeStraw (em português, “Canudo da Vida”), o tubo de plástico é bem mais grosso que um canudinho convencional e elimina praticamente todos os elementos nocivos que contaminam a água, responsáveis por causar doenças como cólera, diarreia e febre tifoide. Além disso, o “Canudo da Vida” destrói 99% dos vírus que circulam no sistema de filtragem, elaborado a partir de fibra halógena.

 Ao longo de uma série de testes, a Universidade da Carolina do Norte comprovou que o canudo consegue filtrar totalmente as amostras de água contaminada com as bactérias Escherichia coli B e Enterococcus faecalis, além do vírus MS2 colifago, iodo e prata. Assim, as cobaias ingeriram água potável por meio do canudo de filtragem instantânea.

No entanto, o LifeStraw não consegue eliminar metais pesados da água, como ferro e flúor, e também não está apto a remover parasitas, como a giárdia e o criptosporídio. Cada canudo, que tem menos de 25 centímetros de comprimento, pode filtrar até 700 litros de água – estimativa média do consumo anual de água por pessoa.

Agora, o objetivo dos criadores é levar o produto a ONGs e grupos de ajuda humanitária, mas, de acordo com o CEO da empresa, Mikkel Frandsen, nem todos demonstram interesse por soluções que melhorem o acesso e a qualidade da água nas regiões carentes. “Ninguém está estrelando uma campanha de erradicação da diarreia”, declarou o CEO para a Scientific American.

A empresa de relações públicas Saatchi & Saatchi indicou o Canudo da Vida como a principal ideia que mudará o mundo nos próximos anos, em uma competição recente entre inovações tecnológicas com impacto na ajuda humanitária, na educação e na medicina. O grupo Vestergaard Frandsen, que desenvolveu o sistema, recebeu uma quantia de 100 mil dólares para ser investida no produto.

Fonte: Ciclovivo

 

quarta-feira, 20 de março de 2013

O Defunto - Thomaz Lopes

Quando ele despertou, deitado ao comprido num estreito caixão negro e dourado, tinha as mãos postas numa derradeira prece. Lançou vagamente os olhos em torno, e em torno tudo era silêncio e treva. Procurou levar as mãos aos olhos, mas sentiu as mãos presas, sem movimento; e parece-lhe então que estava morto.
 
Como é pesado o ar que respira! Como é profunda a escuridão que o encerra! E onde está? No seu quarto? No seu leito? Que estranha cama, estreita e dura! E por que dorme calçado? E que vestes tão solenes! Terá vindo ébrio de alguma festa? E as mãos amarradas! E que falta de ar! Ah! que dolorosa e lenta agonia.
 
De novo distendeu os braços; mas a fita que os unia partiu-se, e as mãos geladas bateram de encontro às tábuas. Passou os frios dedos pelo rosto e retirou-os espantado, sentindo a face morta como a de um cadáver. Veio-lhe à memória uma vaga lembrança de moléstia e de perda de sentidos.
 
E sentiu sobre si uma tampa, uma tampa de caixão, de caixão de defunto!
 
Um medo contínuo de si próprio, um indefinível asco do "cadáver" que sente a seu lado, assoberba-o. Rebenta o caixão, levanta-se, quer correr, mas bate de encontro a uma parede, uma fria e cinzenta parede de mármore. Rápida e rija vem-lhe a certeza de estar enterrado vivo, prisioneiro da morte, atirado num calabouço. No silêncio e na treva, entre a loucura e a morte, dá dois passos, mas tropeça. Que será?
 
E como seus pés tateassem na sombra, encontraram um degrau que subiram; depois, outro mais outros, outros ainda. Oh! que sepultura profunda! Erguendo as mãos para o céu que está tão longe dos abismos, sentiu nas mãos a fria laje do teto.
 
- Em vão tenta erguê-la. Respira a longos haustos por uma fresta aberta na pedra. Um novo esforço para erguê-la: em vão! - Uma sepultura de mármore, como que para guardar o corpo aos vermes e ao pó; uma fresta por onde apenas entra o ar que prolonga a vida ao condenado; uma escada que os passos sobem e inutilmente descem; uma laje que se levanta para enterrar os mortos e que se não ergue para salvar os vivos; - oh! essa sepultura é com certeza uma sepultura de igreja.
 
E novamente luta para erguer a pedra, mas com o esforço inútil, vem o cansaço, vem o abatimento, vem o desânimo. Então como o inconsciente ou o muito atilado, que vendo abertos os braços lívidos da Morte, em vez de fugir, aos braços se atira, ele resignadamente desce. Ao descer alucinado e cego, bate com o corpo no mármore da parede, e grita. A sua voz sobe e desce, abafada como o eco de um trovão distante encerrado' numa gruta profunda. Agora, sereno e calmo, como quem leva um sol apagado no coração e uma estrela sem luz em cada olhar, sobe de novo os degraus da Vida e da Morte. Nos primeiros momentos, com a calma e serenidade com que subira, junto ao intento a sua força, mas a pedra permanece impassível. A angústia do sofrimento prolongado destrói-lhe o sossego da ação; com um doloroso esforço, ingurgitadas as veias, os músculos retesados na onipotência da sua própria força, os olhos saltando das órbitas, procura num ansiado desespero levantar a pedra que talvez para sempre o encerra. Trabalho inútil! Parece que o pranto preso na garganta vai sufocá-lo, - e sente uma a uma ensangüentarem-se, dilacerarem-se, largarem-lhe da carne as unhas. Impossível!
 
Exausto de fadiga e dor, deixa-se abater, e o seu corpo doente, rolando de degrau em degrau como um fardo sinistro, vai parar ao pé da parede cinzenta e fria...
 
Veio o sono. Veio seguindo a nébula do sono a doida fantasia do sonho.
 
Era vago e tênue. Mas porque tão vago fosse e tão tênue, quase sem torturas, o Espírito-Zombeteiro dos Sonhos fê-lo aclarar-se, - assim como uma cidade que despe aos primeiros raios de sol a túnica de névoas em manhãs de frio.
 
Vai-se largamente o sonho dilatando, mas sempre duvidoso e cinzento.
 
Era uma noite profunda, iluminada de estrelas. O céu muito alto era como um imenso veludo macio. - E o céu alto e a noite profunda cobriam e envolviam uma cidade estranha mas que lhe não era de todo desconhecida. Havia velhos lugares que amava e, pelos sítios conhecidos, - nem viv'alma! Apenas sombras. Caminhava e, quando era a grande fadiga e o repouso que lhe abria os braços amigos, outros braços mais fortes o impeliam e uma sinistra voz bradava: - Marcha! Marcha! - As pernas pesavam, se entorpeciam; desejos protetores de descanso inundavam-lhe o lasso corpo. À proporção que atravessava caminhos, os caminhos mudavam: eram jardins floridos e perfumados, prados extensos, longas campinas, casarios que fugiam na sombra; outras vezes, charnecas adustas e ressequidas, betesgas exalando podridão. Passou por cemitérios e à sua passagem os defuntos erguiam-se, cobertos de pó e de segredo, acompanhando-o fantasticamente por dilatados e dolorosos momentos. As árvores tomavam assombradoras formas de avejões e as estrelas, apagando-se no céu, deixavam o céu cinzento e frio como o mármore da sua sepultura tão fria e tão cinzenta. E, entretanto, no silêncio, na noite e na treva - o defunto caminhava.
 
De súbito, como aos olhos tontos e averiguadores do náufrago, aparece a orla branca de uma praia distante, no seu espírito cansado nasceu uma idéia feliz: aquela noite de loucura e de assombramento marcava o aniversário de sua Noiva e por data essa tão formosa haveria uma formosa festa. Devia ser tarde; ansiavam por ele. - Com uma força nova, um grande desejo de ver, de ouvir, de sentir, de querer, de palpitar, de amar e de viver banhou-lhe a alma numa cariciosa sensação de vida. Apressou o passo, correu. Mas, voltando-se para trás, julgou ver na sombra uma sombra que resvalava. Levantaram-se-lhe os cabelos, um calafrio de medo correu-lhe o corpo de alto a baixo - e partiu, assombrado, numa carreira mal segura, de perseguido. Batendo com os pés no solo, todo o solo ressoava ao contacto, como se os pés fossem de aço. Depois, com surpresa, sentiu-se leve; houve um suspiro de prazer e de alivio e, flutuando no espaço, começou a voar. Subiu; rompeu a camada cinzenta do céu e o céu tornou-se inteiramente negro. Como subisse mais alto, seus olhos extasiaram-se diante do azul, um azul, tão límpido e transparente como até hoje olhos humanos não sonharam. No alto, imensamente longe, brilhavam as estrelas no glorioso esplendor de uma imortal claridade. Muito embaixo, perto da Terra, desaparecia a Lua amorável dos poetas. Os seus olhos humanos quase cegaram fitando Sírius. - Entre as estrelas abriu-se o céu e aqueles mesmos deslumbrados olhos viram sobre os sóis o suave Jesus dos Humildes. Perto de Cristo apareceram duas sombras que se foram corporificando e nas quais o Defunto se reconheceu, a si e a sua Noiva! Ela! Mas como, se "ele" ali estava oculto contemplando a felicidade do outro "ele"! Jesus sorriu. Jesus os abençoou. E eles voaram. Ah! se ele pudesse, também seguir-lhes o vôo!... Quando quis voar, as asas se lhe desfizeram e ele caiu, rolou, precipitou-se, tocou a terra - e partiu novamente, correndo pelas estradas solitárias e ermas. Voltando o rosto viu outra vez, na treva, o mesmo vulto que o acompanhara; dominado pelo medo, correu mais, até que, numa curva do caminho, espessa sebe lhe tomou o passo. Retrocedeu, passou, assombrado, pelo vulto, que lhe estendeu os braços, e na mesma carreira fantástica, atravessou planícies, estepes nuas, estradas mortas, frias e cinzentas. Lamentou a perda das suas asas felizes e lembrou-se da sombra que não o deixava. Mas, se ele estava morto, por que o perseguiam? Cada vez mais o vulto avançava e era tão longe a casa de sua Noiva! O vulto já ia tocá-lo... - Mas ele era cadáver e na sua qualidade de morto, devia amedrontar os vivos... Voltou-se, mas quem quer que era riu-lhe diante da medrosa face. Mais intenso foi então o pavor de si mesmo e da sombra que devia ser a sua alma... E ela vinha resvalando na sombra, acompanhando-o... Estava perdido! Já não tinha mais forças! Coragem! Uma luz brilhou ao longe; oh! que deliciosa alegria ! Era a casa de sua Noiva! Mais um passo! Avante! O alguém seguia-o, quase alcançando-o; mas estava salvo! Era a casa dela, era o som da orquestra, era a luz intensa, era a salvação! Um pouco de ânimo - coragem! E antes de bater com o corpo nas lajes cinzentas e frias da sepultura, pareceu que o vulto perseguidor lhe abriu os braços. E também pareceu que eram os braços regelados da Morte...
 
Um raio de sol, fino e tênue, atravessava a fresta aberta na pedra.
 
* * *
 
Despertou suado, ardendo em febre. Pelo seu rosto lívido andava, molemente, uma larva. Quis gritar, mas só lhe saiu da boca um grunhido surdo que o apavorou. Abriu os braços para certificar-se da vida e na treva os braços bateram contra a parede.
 
Pensou, então, no seu sonho - e tristemente verificou que era, em verdade, por aqueles dias, o aniversário de sua Noiva. Que data era a de sua morte? Quem sabe se não era mesmo aquele o dia festivo! Todo o passado irrompeu, tumultuando, da sombra e ele reviu as longas horas de contemplação ou de melancolia em que todo o seu ser era um crente adorando a um ídolo. E outra vez, de repente, voltou a encarar a sua situação de morto.
 
Longas horas passaram; desaparecera o raio de sol; e um sino tangia ao longe, fúnebre e evocativo, os dobres que deviam ser os da Ave-Maria. O som do triste bronze, chegando a seus ouvidos, falava na vida e na liberdade A liberdade! A delícia infinita! Ah! como era doloroso morrer assim, solitário, consciente, indefeso, abandonado, sem o prazer da luta, sem o esforço da salvação! E por que o enterraram vivo? Mil vezes amaldiçoou a estupidez criminosa que o atirara à morte! Os soluços e as lágrimas rebentaram e sofrendo sem termo, e chorando sem esperança adormeceu, sem sentidos, esperando pela Morte...
 
* * *
 
Ao despertar, na manhã do outro dia, viu a fita do sol - único que lhe levava à cova a carícia de uma visita.
 
Admirando-se de ainda estar enterrado, quis levantar-se e sentiu que desmaiava. Tinha uma fome devoradora e uma sede que o requeimava. Ah! quarenta e oito longas, intermináveis horas sem comer, sem beber! Sem beber! Sentia o estômago vazio e gelado e a língua, ressequida, estalava. De novo quis levantar-se e de novo ficou. O dia inteiro - longo como um deserto; a noite inteira - vazia como o silêncio, ele passou, ora em profunda sonolência, ora acordado, com a ânsia estranguladora de comer e de beber.
 
Outra vez o sol que devia ser o dia, outra vez a manhã que devia ser a vida!
 
O enterrado ouviu a seus pés um guincho fino; os olhos tiveram um rápido brilho de prazer e, estendendo as mãos crispadas, apanhou um rato, vivo e mole. Abrindo os lábios num sorriso que devia ser de imbecilidade, bestializado e faminto, levou o rato à boca, frio, áspero, nojento, estrebuchando e guinchando entre os dentes. Oh! mas a sede! A sede que aquela carne repulsiva aumentara ! A fome que ela fizera crescer ! - E então, num esforço hercúleo, ergueu-se; olhou a treva um instante, com um olhar profundo, calmo, parado. De repente, soltando um uivo de fera enjaulada, rasgou as roupas, dilacerou-as - e, nu, selvagem, rugindo e chorando de desespero, retalhou com os dentes a carne branca dos seus braços. O sangue brotava em ondas rubras que espumavam e ele o sorvia, atirando a cabeça de um lado para o outro, aparando-o para não perder uma gota chupando aquele sangue que corria quente espesso, vivo, garganta abaixo, descendo para o estômago crispado pela fome.
 
Um rugido mais rouco, dois saltos contra a parede onde repartiu a cabeça, de onde brotou mais sangue que lhe envolveu o rosto numa máscara vermelha. Enlouquecera.
 
Outra vez, pela última vez, subiu as escadas. Ajoelhou-se, rilhou os dentes, entrelaçou os dedos sobre as mãos, numa prece maldita - e ficou morto, imóvel, rígido e nu, coberto de sangue escarlate, como o mármore cinzento e frio da sua sepultura...
 

sexta-feira, 15 de março de 2013

Livros em PDF

Bom, como sou apaixonada por livros, estive pesquisando por um tempo como colocá-los a disposição para que todos possam usufruir de boas leituras...
 
Assim como eu, sei que existem milhares de pessoas loucas por livros então, tive uma idéia excelente rs... Em uma outra página colocarei os livros em PDF para que todos possam ler, o que acham???
 
Nesta página continuará as postagens de sempre com meus textos e reflexões, creio que desta forma todos ficarão felizes e não ficará aquela bagunça de textos e livros colocados ao acaso, todos juntos e misturados...
 
Estou pensando, mas acho que o primeiro livro que irei postar será uma série que descobri pouco tempo e que se chama "Série Cris", é uma delícia de ler, são livros pequenos que contam a história de Cris, uma adolescente que começa a dar seus primeiros pasos no mundo adulto... Muito fofo!!!
 
Espero que todos aprovem ;)
 
 

sexta-feira, 1 de março de 2013

3Doodler Intro Video


 
Vejam só que inovação...
Esta é a primeira caneta que escreve e desenha em 3D!!!
É muito interessante, dá para fazer várias coisas deiferentes, eu fiquei completamente louca por uma rs...
 
Imagine só criar objetos com volume, literalmente tirando-os do papel, isso é fantástico!!!
 
O preço será aproximadamente de US$75,00. A empresa WobbleWorks é quem está desenvolvendo e foi colocada recentemente no Kickstarter.
 
O objeto já superou o pedido dos seus cdriadores que queria US$30 mil para tocar o projetoe, faltando mais de um mês para o fim, ele já superou os US$ 181 mil.
 
Bem, seu efeito em 3D é por conta de um plástico quente que ela solta e esfria, solodificando rapidmente criando asim uma estrutura forte e estável.
 
É pelo jeito a caneta vai angariar muitos adeptos...
 
 

Sete hábitos que atrapalham o processo mental...

Falta de sono:
O hábito de dormir pouco pode atrapalhar o processo cerebral, uma vez que é durante o sono que o cérebro consolida as memórias do dia que passou, organiza o pensamento e exercita a criatividade (sabe os sonhos? Então). Além disso, prepara o cérebro para as atividades do dia seguinte. Por isso, quando dormimos mal o rendimento cai logo no dia seguinte, ocorrendo o declínio franco da concentração, da memória e alterações intensas do humor.

Sedentarismo:
A atividade física age no sistema nervoso central reduzindo a ansiedade, derrubando os níveis de cortisol e adrenalina, estimulando a formação de redes dentro do hipocampo (região responsável pela memorização) e melhorando o sono. Ou seja, a falta dela remete aos mesmos problemas de falta de sono, que comprometem a atividade cerebral de semelhante maneira.

Rotina:
Pode não parecer óbvio, mas a rotina é um inimigo importantíssimo. Ela automatiza os processos mentais e, dessa maneira, realizamos diversas atividades sem perceber e deixamos de pensar, perdendo uma chance de exercitar os neurônios. Trabalhos repetitivos, relações interpessoais que caíram na mesmice, falta de projetos, planos, metas, tudo isso leva a uma preguiça cognitiva. Por isso sempre somos estimulados a buscar coisas novas, desafios: para alimentar o cérebro de vivencias intelectualmente mais interessantes.

Ansiedade:
A ansiedade cria pressão antecipatória para eventos posteriores, um dimensionamento patológico do grau de complicação, etc. Os ansiosos são frequentemente desatentos e cometem lapsos pois estão projetando sua mente para o futuro e não estão focados no presente. O ideal é combater a ansiedade com medidas comportamentais.

Sobrecarga mental:
A privação de estímulos que a rotina provoca é tão prejudicial quanto a sobrecarga de informações. O cérebro tem uma capacidade limitada de lidar com afazeres simultâneos e se ultrapassarmos essa capacidade, teremos consequencias: esquecimentos, desatenção e baixa no rendimento. Portanto, faça cada coisa no seu tempo e se desconecte do mundo ao resolver problemas importantes e específicos.

Desorganização:
Você facilita muito o trabalho cognitivo se for uma pessoa organizada. Trabalhar em ambientes apropriados, gerenciar o tempo, estipular prioridade, delegar tarefas com inteligência, manter um certo padrão aonde guarda as coisas, o jeito que destaca o que é mais relevante, manter a fácil aceso aquilo que é usado com maior urgência ou frequência, etc. Tudo isso libera seu cérebro para se engajar no processo cognitivo superior, como a criatividade, raciocínio lógico, previsão de resultados, etc.

Vícios e alimentos:
Reduza o consumo de álcool e nicotina e tenha cuidado com medicamentos para tontura, náuseas, relaxantes musculares e remédios para dormir sem orientação médica (eles podem atrapalhar todo o processo mental). Evite o excesso de estimulantes como cafeína, pois o exagero pode até deixa-lo ligado, mas, paradoxalmente, mais desfocado e menos produtivo. Evite excessos alimentares, coma várias vezes ao dia e prefira alimentos de fácil digestão. Também evite trabalhar e estudar com fome. Ou seja, evite os excessos, quaisquer que eles sejam.