segunda-feira, 6 de junho de 2016

A Ponte de Haven - Francine Rivers



“Às vezes escolhemos o caminho errado, mas Deus nunca fecha as portas.”

Quando o pastor Zeke se sentiu incomodado para ir até a Ponte da entrada de Haven para orar não imaginou que encontraria um bebê recém-nascido largado sobre um cobertor de terra deixado à própria sorte para morrer. Daquele minuto em diante soube que sua vida nunca mais seria a mesma.
 
Zeke e Marianne adotam Abra como filha, mesmo sabendo que seria um erro sua esposa cuidar de um bebê devido a sua frágil saúde, mas como ela sempre quis ter uma menininha o pastor não conseguiu negar um pedido tão especial. Era nítido ver a alegria de sua esposa, mas infelizmente esta alegria durou apenas cinco preciosos anos.

Com a morte de Marianne o pastor Zeke perdeu um pouco sua alegria e viu que seria impossível cuidar de Joshua, da igreja e de Abra e resolveu dá-la para o casal Peter e Priscilla que a queriam desde o momento que souberam que foi encontrada embaixo da ponte. Seria bom para Abra crescer com uma mãe e uma irmã da mesma idade para se distrair e florescer.

Abra já se sentia enjeitada pela mãe biológica e com a morte de Marianne viu seu mundo ruir quando o pastor a levou para sua nova casa.

O tempo passou, Abra cresceu e com ela a vontade de agradar a todos e ser aceita. Ela queria ser amada e amar, mas seu coração guardava muita amargura para perceber que era realmente importante.

Certo dia aparece na cidade um rapaz bonitão, charmoso, rico, vindo de Los Angeles e arrebata o coração de Abra, fascinada foge com ele de Haven deixando tudo para trás, infelizmente ela não sabia que a partir daquele momento sua vida seria de fato esquecida, amargurada e sem amor.

Adaptado nos anos 50 o romance nos dá uma visão de como é o mundo glamoroso de Hollywood, Abra torna-se Lena Scott uma atriz em ascensão que percebe que para chegar ao topo precisa pagar um preço muito caro.

Percebi semelhança entre a vida de Abra e a vida de Marylin, ambas filhas rejeitadas pelos pais, ambas só queriam ser amadas e faziam de tudo para agradar e serem aceitas, não importando as consequências. Estou lendo a biografia de Marylin e ela teve uma vida vazia, triste, cercada de pessoas que só se aproximavam para conseguir algo. Foi moldada desde pequena na figura que interpretava, aprendeu que a beleza era a moeda que a levaria ao sucesso e foi exatamente a beleza a sua ruína... Abra é exatamente igual, uma versão mais resumida de Marylin, a atriz quente e desejada por todos que no fundo se sentia sozinha e seguia ordens explícitas, diretas e irrevogáveis.

Abra é como tantos de nós sonhando com algo que já possuímos, mas que estamos cegos para enxergar. É um livro maravilhoso, cativante que nos prende do início ao fim. Li com uma demora proposital porque não queria que acabasse tão rápido.

Conheci a Francine por meio de sua outra obra “Amor de Redenção” e fiquei apaixonada por sua escrita, autora de mais de vinte romances de sucesso publicados no mundo todo e pelos quais recebeu inúmeros prêmios literários, ela cativa seus leitores pela forma deliciosa que escreve.

Com certeza quero ler mais livros dela, a Ponde de Haven é simplesmente inesquecível!


O irresistível café de cupcakes - Mary Simses



          Ellen Branford é uma moça muito bem resolvida. Advogada de sucesso em ascensão dá mais atenção para as aparências do que para o simples. Está noiva de Hayden Croft um verdadeiro cavalheiro, advogado, dono da empresa da qual ela é sócia e candidato às urnas. Vem de uma família tradicional envolvida na política desde sempre. É um exemplo de cidadão correto, cordato e leal. É perfeito!

            A vida de Ellen está prestes a mudar e ela nem faz idéia. Tudo começa a degringolar quando sua avó Ruth morre praticamente em seus braços em uma sala aconchegante enquanto fazia palavras cruzadas.

            Ruth a incumbe de voltar na cidade onde passou a sua infância, em Beacon, para entregar uma carta para Chet Cummings seu grande amor que ela abandonou para se casar com Henry, avô de Ellen.

            Ao chegar à cidade simples, Ellen não gosta nenhum pouco, acha rude, caipira e sem recursos. Sua intenção é fazer o que precisa ser feito, no caso entregar a carta e ir embora, mas o destino arma uma boa cilada para ela.

            Quando Ellen cai do píer interditado tentando fotografar uma estátua não podia imaginar que um homem que trabalhava em uma construção ao lado sairia correndo em seu socorro e a salvaria do afogamento. Orgulhosa ela não dá o braço a torcer negando estar se afogando, mas quando este a coloca em terra firme e ela sente seus pés na areia enlaça seu pescoço e o beija em agradecimento sem pensar... No impulso... Pronto, não sabia que aquele beijo de agradecimento iria estampar a primeira página do jornal local e nem que por conta deste ato impensado estaria comprometendo seu noivado e sua felicidade.

            Inconformada com a burrice tenta consertar a situação e quanto mais se empenha, mais se afunda em um oceano de emoções, descobertas e incertezas. E nesta tentativa de se manter longe de Roy acaba descobrindo coisas sobre a vida de sua avó que nunca passou por sua cabeça e em uma exposição na cidade se depara com um quadro feito por Ruth aos 18 anos quando esta ganhou uma bolsa de estudos para a faculdade de arte, mas que abandonou por Henry logo em seguida.

            Ellen acaba virando celebridade na cidade por seus feitos no Anther e no píer e algo começa a mudar dentro dela, percebe que cidades pequenas possuem calor humano, todos se conhecem, existe companheirismo e magia no ar.

            Descobre que as aparências não são tudo, que o que conta mais é o caráter, a cumplicidade, o companheirismo, a amizade e o preocupar-se com o outro, coisa que em Nova York é impossível se praticar ainda mais em seu ramo de trabalho.

            Agora Ellen está dividida entre uma vida luxuosa cercada de flashes, câmeras e sem privacidade e entre uma vida calma, tranquila, a beira mar, onde as pessoas se cumprimentam e conversam e onde o verde faz parte do cenário. Onde as lojas são intimistas, aconchegantes e passadas de geração a geração e onde o romance parece sempre pairar pelo ar.

A morte de sua avó trouxe uma nova perspectiva de visão de mundo para Ellen, ela passou a ansiar por qualidade e não quantidade, percebeu que as pessoas são mais do que apenas o visual e o que realmente importa é o que elas têm por dentro e não por fora.

Estou completamente apaixonada por esta história tão deliciosa e mágica de certa forma, com encontros e desencontros e com romance na pitada certa. Eu que já era louca por cupcakes agora sou extremamente obcecada por eles kkkk