Gayle,
Gayle, Gayle!!! O que dizer desta incrível escritora? Com este é o 4º livro
dela que leio e quando acaba fico triste. As personagens são tão reais e
cativantes que sinto muito todas as vezes que vão embora.
Maribeth Klein é uma editora de 44
anos, casada com Jason Brinkley que mora em Nova York. Mãe de gêmeos, corre com
os afazeres da casa, cuida do marido, chega tarde da revista Frap onde
trabalha, sempre trazendo serviço para casa. Se apenas isto não fosse o
suficiente, de dois em dois meses acontece o jantar dos Pais dos Gêmeos, e que
desta vez seria em sua casa e ela estava sem tempo para ir ao mercado, já que
havia certas exigências alimentícias, como nada de laticínios, ou de glúten,
para os filhos de Adrienne.
Como era uma mulher muito ocupada e
com uma alimentação que achava saudável não percebeu quando seu coração deu
indícios de querer parar de trabalhar e ao primeiro sintoma chupou uma pastilha
de antiácido para resolver o problema, pensando que fosse indigestão, então foi
para casa e adormeceu.
Acordou
pela manhã, exausta e enjoada, jogou a culpa na comida chinesa consumida na
véspera, só não reparou na dor em seu maxilar sem motivo aparente. Vomitou bile
e mesmo assim continuou exausta e com dores no peito. Foi em sua consulta de
rotina com a ginecologista Drª Cray, que percebendo que ela não estava nada bem,
pálida e com sua pressão muito baixa é que Maribeth se viu dentro de um taxi a
caminho do pronto socorro. Estava sofrendo de um ataque cardíaco, infarto branco
para ser mais preciso.
Ainda a caminho do hospital mandou
mensagens de texto organizando as coisas do jantar para mais tarde, pedindo
para o marido adiantar as compras e dizendo que estava bem, ainda tentou
negociar com o médico sobre colocar dois stents na semana seguinte o que é
claro, foi rejeitado pelo médico, que a levou para cirurgia e como resposta ganhou
duas pontes de safena e um cateterismo não muito eficiente já que sua artéria
se rompeu no meio do caminho.
Tudo seria fácil, se sua mãe não
fosse uma terceira criança e se o seu marido se lembrasse de comprar os
ingredientes corretos para a sua dieta, ao invés de oferecer uma fatia de pizza
quando ela acordou ou querer aquecer uma sopa enlatada. Ela se viu comendo uma
maçã, tomando iogurte e indo para o fogão cozinhar algo para si.
Fiquei irritada com Jason em
diversas ocasiões, com a mãe dela por não lavar nem a louça ou ao menos levar
as crianças na escola quando estava chovendo. Fiquei irritada com sua amiga
Elizabeth também, eram todos folgados, não ajudavam e deixavam tudo para ela
fazer, uma mulher recém-operada, na qual o coração havia parado e seu peito
havia sido aberto para que tudo voltasse a funcionar como antes.
A gota d’água foi quando os gêmeos
chegaram mais cedo em casa porque estavam com piolho e ninguém quis ajudar
deixando que ela fosse na chuva comprar o shampoo e o pente, e que ela mesma
fizesse o trabalho sujo.
No momento em que ela sai de casa
sem rumo certo é uma libertação. Ver seus pequenos progressos, acertos,
aceitação e realização de pequenas tarefas é surpreendente.
Maribeth faz novas amizades,
descansa, fica o dia todo assistindo tv e dormindo, tira um tempo para si no
qual resolve saber mais sobre sua mãe biológica, isto é importantíssimo para se
conhecer e entender seus filhos e seu comportamento.
Existe aí a reconciliação com o
marido, a descoberta do amor, do compromisso, a importância do diálogo, de não
esconder nada do cônjuge, de pedir desculpas no momento certo e de pedir ajuda
sempre que sentir necessidade.
Gayle é encantadoramente sensível e
realista, suas personagens parecem de carne, osso e sangue e suas histórias são
marcantes e inesquecíveis.
E vocês, o que acham? Maribeth
voltou para casa? Aprendeu a ser mais controlada e menos automática?
Se eu recomendo Quando eu Parti??? Com
certeza a palavra é SIM!!! Rs...