Todos os dias pela manhã, mamãe fazia o café enquanto tomávamos banho... A casa inteira ficava perfumada com o aroma do café quente e fresco...
Que delícia! Ela costumava fazer também broinhas de milho e a casa ficava aconchegante com o formo aceso, lá fora a rua era escura e o vento balançava o cipreste que ficava em frente ao nosso portão.
Depois de tomarmos nosso café, íamos para o quintal brincar de qualquer coisa que nossa imaginação quisesse.
Era meio de outono e as árvores já estavam todas sem folhas e as poucas que sobravam já eram secas, marrons e a qualquer movimento desprendiam-se.
Corríamos por entre as árvores, o chão coberto de folhas abafava nossos passos, podíamos cair à vontade que ninguém se machucava. Sentíamos o cheiro gostoso das flores, tudo era muito bonito e mágico, o vento bagunçava nosso cabelo, jogando-o para todos os lados.
Mamãe nos deixava brincar um pouco e vez ou outra nos chamava para tomar algo quente.
Do outro lado da rua havia uma velha, ficava noite e dia sentada em sua cadeira de balanço, com uma manta xadrez nas pernas e um xale grosso de lã nas costas. Havia uma varanda de vidro na casa dela e era de lá que nós a víamos todos os dias.
Ninguém da rua notava aquela pobre senhora sentada em sua cadeira, um dia pela manhã ela não estava na varanda, no dia seguinte também não, avisamos mamãe que achou que a velha senhora devia estar cansada de sentar-se na varanda e resolveu ficar dentro de casa.
Eu e meus irmãos éramos muito curiosos e não ficamos satisfeitos com esta conclusão de mamãe, saímos de mansinho e entramos na casa da velha. Lá a encontramos deitada muito febril.
Voltamos para casa gritando e nossa mãe correu para saber o que havia acontecido, contamos sobre nossa aventura e ela e mais duas vizinhas foram até lá, conseguiram entrar em contato com uma filha que morava no Paraná e que só chegaria no fim de semana. Mamãe e as vizinhas limparam a casa da pobre velhinha, a medicaram e deram banho. No dia seguinte ela estava bem melhor, ainda não podia sentar-se na varanda, mas andou um pouco dentro de casa.
O fim de semana chegou e com ele a filha da boa senhora, ela veio com um caminhão de mudança e embalou todos os pertences... No dia seguinte a casa já estava vazia e a varanda tornou-se triste e solitária.
Mamãe agradeceu o que fizemos, pela pobre velha, mas nos deixou de castigo uma semana para que aprendêssemos a não desobedecê-la mais e nunca invadir a casa das pessoas. Merecemos o castigo, mas estávamos felizes por ter ajudado a pobre velhinha da varanda...
Que delícia! Ela costumava fazer também broinhas de milho e a casa ficava aconchegante com o formo aceso, lá fora a rua era escura e o vento balançava o cipreste que ficava em frente ao nosso portão.
Depois de tomarmos nosso café, íamos para o quintal brincar de qualquer coisa que nossa imaginação quisesse.
Era meio de outono e as árvores já estavam todas sem folhas e as poucas que sobravam já eram secas, marrons e a qualquer movimento desprendiam-se.
Corríamos por entre as árvores, o chão coberto de folhas abafava nossos passos, podíamos cair à vontade que ninguém se machucava. Sentíamos o cheiro gostoso das flores, tudo era muito bonito e mágico, o vento bagunçava nosso cabelo, jogando-o para todos os lados.
Mamãe nos deixava brincar um pouco e vez ou outra nos chamava para tomar algo quente.
Do outro lado da rua havia uma velha, ficava noite e dia sentada em sua cadeira de balanço, com uma manta xadrez nas pernas e um xale grosso de lã nas costas. Havia uma varanda de vidro na casa dela e era de lá que nós a víamos todos os dias.
Ninguém da rua notava aquela pobre senhora sentada em sua cadeira, um dia pela manhã ela não estava na varanda, no dia seguinte também não, avisamos mamãe que achou que a velha senhora devia estar cansada de sentar-se na varanda e resolveu ficar dentro de casa.
Eu e meus irmãos éramos muito curiosos e não ficamos satisfeitos com esta conclusão de mamãe, saímos de mansinho e entramos na casa da velha. Lá a encontramos deitada muito febril.
Voltamos para casa gritando e nossa mãe correu para saber o que havia acontecido, contamos sobre nossa aventura e ela e mais duas vizinhas foram até lá, conseguiram entrar em contato com uma filha que morava no Paraná e que só chegaria no fim de semana. Mamãe e as vizinhas limparam a casa da pobre velhinha, a medicaram e deram banho. No dia seguinte ela estava bem melhor, ainda não podia sentar-se na varanda, mas andou um pouco dentro de casa.
O fim de semana chegou e com ele a filha da boa senhora, ela veio com um caminhão de mudança e embalou todos os pertences... No dia seguinte a casa já estava vazia e a varanda tornou-se triste e solitária.
Mamãe agradeceu o que fizemos, pela pobre velha, mas nos deixou de castigo uma semana para que aprendêssemos a não desobedecê-la mais e nunca invadir a casa das pessoas. Merecemos o castigo, mas estávamos felizes por ter ajudado a pobre velhinha da varanda...
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