“Agradeço
a Susy Gonzales que inspirou este livro. Quem me dera tê-la conhecido, e não a
personagem que criei graças a ela. Os pais de Susy me disseram que, quando
viva, ela sempre tentava ajudar as pessoas. Talvez, mesmo agora, continue a
fazer isso”. Gayle Forman
Ainda digerindo esta história
impactante inspirada em uma jovem. Gayle escreveu um artigo certa vez sobre
jovens mulheres que haviam se matado e ela acabou “conhecendo” Susy Gonzales
que já estava morta há alguns anos, ela dedica o livro para Susy 💟
Susy era uma garota de 19 anos
inteligente, criativa, carismática e inconformista, não uma pessoa que cometeria
suicídio. Só havia um único problema: sofria de depressão.
Ainda agora fico imaginando a dor, o
aperto no peito, o fato de não conseguir a reposta que precisava, ela procurou
ajuda no centro de saúde da universidade, mas acabou escolhendo o grupo de “apoio”
que vou mencionar logo mais.
Demorou ainda dez anos depois deste
artigo ser publicado para “Eu estive aqui” nascer e Meg ser criada baseada em
Susy.
Cody e Meg são unha e carne, pelo
menos esta é a definição que todos conhecem. São as melhores amigas, pelo menos
isso era o que Cody achava até receber um e-mail de Meg pedindo perdão por não
aguentar mais viver e se despedindo da amiga.
Como assim? Meg premeditou tudo: comprou o
veneno mais letal para não ter falhas, deixou uma gorjeta generosa para a
arrumadeira junto com um bilhete dizendo para chamar a polícia, não mexer no
corpo e para os responsáveis o manusearem com cuidado e programou dois e-mails
para serem enviados algumas horas após a sua morte. A princípio Cody não
acreditou, mas o que parecia uma brincadeira de mal gosto tornou-se a dura
realidade.
Resolvendo fazer um favor para os pais de
Meg, Cody vai até a faculdade buscar os pertences da amiga e lá acaba
descobrindo coisas sobre ela que nunca imaginou.
Vocês sabiam que existe grupos de “apoio” para
suicidas? Isso mesmo, você entra nos fóruns e eles te parabenizam pela escolha
que fez em tirar a própria vida. Eles explicam quais as reações dos venenos, os
métodos mais eficientes, onde consegui-los e ainda amenizam sua culpa explicando
que os que ficarão como os pais, irmãos e amigos se sentirão muito melhores sem
o seu peso morto na vida deles... Triste não?
Cody ficou horrorizada ao descobrir e foi
vasculhando até conseguir se envolver, esclarecer, entender e perdoar Meg e a
si mesma. Ela se sente culpada por não ter percebido indícios na amiga, de que
ela iria fazer algo tão perverso.
A história é simplesmente maravilhosa. É
triste, trágica e profunda. Só o fato de saber que pessoas estão sendo
enganadas por outras que se aproveitam de sua vulnerabilidade parte meu
coração. Pessoas perdidas em seus problemas, agoniadas com a depressão que nada
mais é do que uma doença muito séria, recorrem a estes grupos para amenizar
suas dores e querendo uma explicação para acreditarem que estão fazendo a coisa
certa. É uma guerra dentro de si, uma parte querendo morrer e a outra tentando
subir a superfície, um último suspiro... Suicídio não é coragem, é covardia.
Covardia com os entes que ficam, covardia com o próprio corpo, covardia contra
a própria pessoa, é bem mais simples resolver os problemas pedindo ajuda do que
tentar resolvê-los acabando com tudo. Existem duas opções sempre: resolver seus
problemas, ou, acabar com a própria vida, mas se fizer isso.... Você perde...
Viver é trabalhoso, é difícil, pesado e
até um fardo para muitos, todos nós temos nossos dias ruins, nossas fases de
derrota, de tudo dar errado e de que nada funciona, mas passa.... Tudo passa!
Isso faz parte da vida, do nosso aprendizado, nossa visão de mundo, nossas
escolhas, nossa fé.
Existem duas faces como num espelho, uma
que seria a vida que não é fácil, a caótica e a outra, a possibilidade de uma vida plena e
feliz, uma questão de escolha, vai depender apenas se você quer sair um
vencedor ou se quer ser um derrotado!
Cody descobriu...